Criminosos que fraudavam INSS foram descobertos e queriam que irregularidades continuassem acontecendo
A PF (Polícia Federal) iniciou na manhã desta terça-feira (4) a operação Recidiva, que combate uma organização crimonosa que ameaçava servidores públicos.
Os policiais cumprem um mandado de prisão preventiva e nove de busca e apreensão. As ações acontecem em São Paulo (SP), Praia Grande (SP), Diadema (SP), Ribeirão Pires (SP) e Aguai (SP).
O mesmo grupo já havia sido investigado, por inserir dados falsos nos sistema de informação do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) para criar benefícios a pessoas que não tinham direito — este crime foi investigado pela operação Púnico em abril deste ano.
Depois que o esquema foi descoberto, servidores do INSS começaram a ser ameaçados para que permitissem a continuidade das fraudes.
Na época, a polícia prendeu três pessoas, mas o chefe de uma agência do INSS continuou sendo ameaçado pelo grupo. Segundo a PF, "como após a Operação Púnico as ameaças contra a chefe da agencia do INSS continuaram, investigações levaram à líder dos investigados, pessoa presa na data de hoje".
Operação Púnico
O inquérito policial teve início no dia 22 de março deste ano, com a informação de que a chefe da agência da Previdência Social em Santo André estava sendo ameaçada após ter descoberto um esquema criminoso envolvendo um servidor lotado naquela mesma agência e de ter, em razão disso, cortado seu acesso aos sistemas de inserção de beneficiários. As ameaças haviam se iniciado no dia seguinte ao corte do acesso. Após algum tempo, o gerente-executivo também começou a receber ameaças por telefone. As ameaças de agressão e morte mencionavam familiares.
A pedido da PF, o INSS realizou uma breve varredura nas atividades do servidor e constatou 12 benefícios que ele havia processado. Dessa análise, 100% dos benefícios tinham indícios de fraude. A COINP aprofundou a análise dos casos e verificou outras fraudes envolvendo o grupo investigado.
Em ação simultânea, a Advocacia Geral da União protocolará ação de improbidade administrativa e representará pelo bloqueio patrimonial em âmbito civil.
Os investigados responderão, na medida de suas participações, pelos crimes de inserção de dados falsos em sistemas informatizados da União, estelionato contra a União, ameaça e organização criminosa, com penas que variam de 1 mês a 13 anos e 4 meses de prisão.