Páginas falsas de grupos conservadores e do Senado americano foram usadas para roubar informações de eleitores
A Microsoft fechou até cinco sites falsos, incluindo alguns pertencentes ao Senado dos Estados Unidos e think tanks americanos, criados por um grupo de hackers ligados ao governo da Rússia, informou na segunda-feira (20) a empresa de tecnologia.
O alvo aparente destas páginas era hackear os computadores daquelas pessoas que as visitassem erroneamente, principalmente de eleitores americanos.
Segundo a Microsoft, tais sites “online” foram criados pelo grupo de hackers APT28, que foi publicamente vinculado a uma agência de inteligência russa e interferiu ativamente nas eleições presidenciais de 2016, segundo investigadores dos Estados Unidos.
A revelação da Microsoft chega após meses de suspeitas e advertências por parte de funcionários americanos sobre uma possível ingerência russa nas eleições legislativas que acontecerão em novembro no país.
A Unidade de Crimes Digitais da Microsoft assumiu o papel principal na busca e desativação dos sites. A companhia está tomando medidas para proporcionar uma maior proteção de segurança cibernética às campanhas e equipes eleitorais que usam produtos da marca.
Entre as instituições afetadas está o Instituto Hudson, um think tank conservador com sede em Washington e que participou de forma ativa nas investigações sobre a ingerência na Rússia; e o Instituto Republicano Internacional (IRI), um grupo sem fins lucrativos que promove a democracia no mundo todo.
As outras três páginas falsas foram projetadas para aparecer como se estivessem filiadas ao Senado, e o quinto site não tinha conteúdo político, mas falsificou os próprios produtos online da Microsoft.
Segundo a empresa de tecnologia, os sites foram criados nos últimos meses. A Microsoft afirma ter conseguido desativá-los quando ainda estavam sendo configurados.
Não há evidências de que os sites tenham sido usados para ataques hackers diretamente contra as organizações políticos. As páginas falsas, contudo, podem conter malwares que são automaticamente carregados nos computadores de seus visitantes, permitindo roubo de e-mails, documentos, senhas, listas de contatos e outras informações.
“Esta aparente tentativa de ataque contra o Instituto Republicano Internacional e outras organizações é consistente com a campanha de interferência do Kremlin contra organizações que apoiam a democracia e os direitos humanos”, disse Daniel Twining, presidente do IRI, que culpou diretamente o presidente russo Vladimir Putin pelos ataques hackers.
O Kremlin ainda não se posicionou publicamente sobre o assunto.