Dois últimos presidentes do MDB, senadores são investigados a partir de delações de ex-executivos da empreiteira Odebrecht
A presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, prorrogou por 30 dias dois inquéritos abertos com base nas delações da Odebrecht envolvendo os senadores emedebistas Romero Jucá (RR) e Valdir Raupp (RO).
Na decisão, a ministra atendeu parcialmente ao pedido da Polícia Federal, corroborado pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge. A PF pedia mais 60 dias para investigar os dois, o atual presidente nacional do MDB e seu antecessor. O prazo menor tende conciliar duas posições: a de que as investigações precisam prosseguir, mas sem uma duração excessiva.
“O direito ao processo penal sem procrastinação é da vítima, do réu e da sociedade”, escreveu Cármen Lúcia. No Supremo, o aumento do arquivamento de inquéritos sobre políticos está relacionado à ideia de que investigações longas que falhem em provar as suspeitas apontadas não alcançam o objetivo da Justiça, mas impõem aos alvos um “constrangimento ilegal”.
O inquérito sobre Jucá diz respeito às acusações feitas por executivos da Odebrecht em acordos de delação premiada de que o senador beneficiou a empreiteira no chamado “Projeto Madeira”, a construção das usinas de Santo Antônio e Jirau. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), apenas o parlamentar teria recebido propina estimada em 10 milhões de reais. Ele nega.
(Com Estadão Conteúdo)