Período corresponde a época em que o PTB esteve no controle do Ministério do Trabalho. PF apura envolvimento de políticos e servidores
O Ministério Público do Trabalho (MPT) investigará concessões irregulares de registros sindicais pelo Ministério do Trabalho. A medida é uma reação à nova fase da operação Registro Espúrio, que provocou a queda do ministro Helton Yomura nesta quinta-feira (5/7). A Polícia Federal investiga o envolvimento de políticos e servidores no esquema.
As investigações foram determinadas pelo procurador-geral do Trabalho, Ronaldo Fleury. Segundo a Polícia Federal, as entidades pagavam para a suposta organização criminosa para terem seus registros aprovados. A apuração será feita pela Coordenadoria de Promoção de Liberdade Sindical do órgão.
O MPT quer avaliar a legitimidade dos sindicatos inscritos nos últimos dois anos. Nesse período, o Ministério do Trabalho foi controlado pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).
Além de Yomura, Ronaldo Nogueira (hoje deputado federal) comandou o órgão. A deputada Cristiane Brasil (RJ) chegou a ser nomeada para o cargo de ministra, mas caiu depois que processos trabalhistas contra ela vieram à público. Todas as indicações passaram pelo crivo do presidente da legenda, o ex-deputado federal Roberto Jefferson.
Nesta quinta (5), Yomura pediu demissão após ser afastado do cargo pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), e de ser levado para prestar depoimento à PF. Roberto Jefferson “devolveu” o controle do Ministério do Trabalho para Temer.
O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, assumirá interinamente no lugar de Yomura. Ele acumulará os dois cargos.