Apesar de pressão feita pelos mexicanos, Neymar e Roberto Firmino fizeram os gols da vitória da Seleção, no segundo tempo
O Brasil garantiu vaga nas quartas de final da Copa do Mundo da Rússia nesta segunda-feira. A seleção comandada pelo técnico Tite derrotou o México por 2 x 0, com gols do craque Neymar e de Roberto Firmino, e aguarda o vencedor de Bélgica e Japão, que se enfrentam nesta tarde.
O atacante do Paris Saint-Germain aproveitou cruzamento de Willian e empurrou a bola para o fundo da rede do goleiro Guilhermo Ochoa, que, até então, parava o ataque brasileiro com defesas providenciais. Firmino, por sua vez, balançou a rede depois que Neymar chutou e a bola resvalou em pé do defensor mexicano.
Antes do jogo É nas estatísticas recentes que o time de Ochoa, Chicharito e Lozano se apega, na esperança de derrotar o Brasil e mandar mais um campeão mundial e favorito para longe das estepes russas – além de outro candidato a melhor jogador do mundo, no caso, o camisa 10 brasileiro, Neymar. E não importa nesse dado o fato de o México ter sido eliminado nas oitavas de final das últimas seis Copas do Mundo. Afinal, nos últimos 15 jogos contra o Brasil, eles venceram sete, empataram três e perderam cinco.
Já o Brasil – que entra em campo com Alisson; Fagner, Thiago Silva, Miranda e Filipe Luís; Casemiro, Paulinho e Philippe Coutinho, Willian, Gabriel Jesus e Neymar – se apega a outros números. Por exemplo, ao fato de nunca ter perdido para o México em jogos de Copa do Mundo. Foram quatro partidas, com três vitórias brasileiras e um empate.
Em 1950, no Brasil, a Seleção venceu por 4 x 0. Em 1954, na Suíça, por 5 x 0. Em 1962, no Chile, por 2 x 0. Já na Copa de 2014, no Brasil, ocorreu um empate em 0 x 0, em jogo bastante disputado, que mexeu com a emoção da torcida brasileira.
Na pressão Por falar em emoções, é só o que tem sentido a torcida, time e técnico neste Mundial. Logo no início da caminhada, tensão contra a Suíça. O empate em 1 x 1 diminuiu um pouco o ânimo com o futebol praticado pela equipe de Tite, incapaz de furar o ferrolho dos europeus.
No meio do trajeto a ser percorrido na primeira fase, a tensão chegou a níveis alarmantes, com os dois gols da vitória sobre a Costa Rica saindo somente nos acréscimos do segundo tempo. Sufoco. Apenas na curva final da primeira fase, tranquilidade, com os 2 x 0 sobre a Sérvia, com direito a um Neymar mais calminho e solidário com os seus companheiros. E menos cai-cai.
Assim, com essa montanha-russa de emoções e sensações – esperança, tensão, medo, pavor, um pouco de paz, enfim –, o torcedor brasileiro continua sonhando com o hexacampeonato mundial de futebol na 21ª Copa do Mundo. Um Mundial que já teve 52 jogos (três deles envolvendo a Seleção Brasileira), 136 gols (apenas cinco do Brasil) e um sem-número de lances nos quais a torcida gritou “uh!”, lamentando as chances perdidas.
Oportunidades que a Seleção Brasileira não pode desperdiçar contra o raçudo time do México, sob o risco de cair nas oitavas de final e fazer uma campanha pífia, como há tempos não se vê em Mundiais.
A última vez que o Brasil acabou eliminado nas oitavas de final foi em 1990, na Copa da Itália, quando perdeu para a Argentina de Maradona e Caniggia por 1 x 0. Desde então, a Seleção foi campeã duas vezes (1994 e 2002); uma vez, vice (1998); duas quadrifinalista (2006 e 2010); e outra vez, quarto lugar (2014).
Ansiedade Para isso, é preciso controlar o nervosismo que normalmente toma conta da Seleção em momentos como esse. O próprio Tite disse que no empate por 1 x 1 na estreia do Mundial a ansiedade “bateu forte” na Seleção. E atingiu os jogadores e até o técnico.
“Tudo na Seleção tem uma pressa maior na execução. Porém, antes da pressa, tem coerência, discernimento, confiança, análise"
Tite, técnico da Seleção Brasileira
Já o segundo jogo, contra a Costa Rica, que o Brasil sofreu para vencer, Neymar demonstrou descontrole, se jogando em campo e levando um cartão amarelo por atirar uma bola com as mãos no gramado.
Xodó De qualquer forma, o técnico protege o xodó da Seleção, além dos outros remanescentes do fracasso de 2014 (Thiago Silva, Marcelo, Paulinho, Willian e Fernandinho). Tite confia em seus comandados. Prova disso é que, mais uma vez, dará a braçadeira de capitão a Thiago Silva, no rodízio por ele promovido para o posto. Função, aliás, que o zagueiro teve durante toda a Copa de 2014 no Brasil.
As lembranças não foram boas – ele foi criticado por um suposto descontrole emocional ao chorar na disputa de pênaltis contra o Chile, pelas oitavas de final. Mas Tite acredita em Thiago, um atleta mais prudente desde então. Contra o México, o defensor do Paris Saint-Germain terá mais uma chance de comprovar esse amadurecimento. Que Díos nos bendiga!
Ficha técnica:
Brasil x México
Copa do Mundo da Rússia 2018 Oitavas de final
11h
Arena Samara Samara, Rússia
Brasil Alisson; Fagner, Thiago Silva, Miranda e Filipe Luís; Casemiro, Paulinho e Philippe Coutinho, Willian, Gabriel Jesus e Neymar Técnico: Tite
México Ochoa; Edson Álvarez, Hugo Ayala (Rafa Márquez), Salcedo e Gallardo; Guardado, Herrera, Layún, Vela e Lozano; Javier “Chicharito” Hernández Técnico: Juan Carlos Osorio
Árbitro: Gianluca Rocchi (ITA)