Prefeito não cumpriu acordo com grupo que financiou sua campanha e foi assassinado; e ainda, Daniel Pereira anuncia pacote de medidas para segurança pública
Política no Brasil
Os detalhes revelados durante as investigações do assassinato do prefeito de Candeias do Jamari, Chico Pernambuco, mostram que a política no Brasil é realmente uma esculhambação. Chico havia “vendido” seu mandato para uma organização que financiou sua campanha. As palavras foram ditas pela delegada Keity Mota, que preside o inquérito, durante depoimento no Tribunal do Júri. Keity revelou, entre outras coisas, que Chico não tinha dinheiro para custear sua campanha, daí a necessidade de um vice com recursos. Em troca, ele teria “apenas” que ajudar o grupo a vencer as licitações em Candeias.
O problema
É que por algum motivo ainda desconhecido, Pernambuco resolveu não cumprir o acordo com a turma, e isso custou sua vida. O loteamento de cargos, licitações e rolos durante uma eleição é vergonhoso. E ao que tudo indica Pernambuco não queria cumprir o acordo por arroubos de honestidade, mas sim porque supostamente teria uma birra com seus associados. Teve um fim triste. Porém, o menos justo de toda essa história foi Luiz Ikenoguchi ter assumido o cargo de prefeito. Pelo simples fato de terem sido seus parentes próximos, até agora, identificados como mandantes do crime, ele foi o maior beneficiado com a morte de Chico Pernambuco. A pergunta é, o que falta?
Repercussão
PAINEL POLÍTICO revelou com exclusividade o depoimento da delegada Keity Mota, e o caso ganhou as emissoras de TV na noite de quinta-feira. O jornalista Everton Leoni mostrou parte do depoimento, chamando atenção para o fato de que ele próprio já havia alertado sobre a motivação política do assassinato de Chico Pernambuco. E ele também fez o mesmo questionamento, “o que falta?”. Cabe ao Tribunal de Justiça responder.
Firme e forte
O deputado Laerte Gomes (PSDB) havia sido convidado pelo governador Daniel Pereira para ser líder do governo na Assembleia. E deu certo. Laerte está na liderança desde o governo Confúcio Moura e quando aceitou o convide de Pereira deixou claro que sua atuação se resumiria as atividades legislativas e não confundiria com questões partidárias. O problema é que se tem uma coisa que Laerte sabe é atuar como parlamentar, e claro, isso deixou alguns de seus adversários incomodados.
Relembrar é viver
Nesta sexta-feira PAINEL POLÍTICO produziu reportagem relembrando os escândalos protagonizados pelo ex-governador Confúcio Moura e parte de sua equipe. E não foram poucos. Iniciaram ainda em 2011, quando a Operação Termópilas revelou uma rede de corrupção encabeçada pelo então secretário-adjunto de saúde José Batista. Desde então foram 7 anos e 3 meses de sucessivos escândalos. Para detalhes CLIQUE AQUI.
Em contrapartida
Na última quinta-feira (28), a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), com base em dados de 2016, divulgou o IFDM – Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal 2018. A instituição monitorou os indicadores sociais em 5.471 municípios, onde vivem 99,5% da população brasileira. “Dentre os 52 municípios rondonienses, Ji-Paraná é o que mais desenvolveu em 2016, em Rondônia, atingindo a 755ª posição do ranking nacional”. E o responsável por isso foi o ex-prefeito do município, Jesualdo Pires, pré-candidato ao Senado pelo PSB. E não é novidade, Jesualdo fez uma gestão equilibrada, sem sobressaltos e de coalizão, conseguindo apoio tanto do legislativo estadual quanto federal, além de atrair empresas para o município. Merecido o prêmio.
Mudanças na terça
Daniel Pereira deve anunciar na próxima terça-feira um pacote de medidas para melhorar a segurança pública em Rondônia. Entram em vigor os decretos de criação do 9º Batalhão da PM em Porto Velho, da Companhia Independente de Policiamento Ostensivo (Cipo), do Batalhão de Polícia de Fronteira e Divisas (BPFron), Batalhão de Choque e Batalhão de Polícia de Aviação e Operação (Bavop); e os de transformação da Companhia Independente de Trânsito (CIA) em Batalhão Militar (BPTran-PM) e da Companhia de Operações Especiais (COE) em Batalhão de Polícia de Operações Especiais (Bope). Também estão previstos o anúncio da contratação de uma equipe de multiprofissionais voluntários para atender aos militares; e o lançamento do aplicativo Agente Cidadão, que objetiva conscientizar o cidadão para auxiliar os órgãos de segurança no trabalho de prevenção e combate à violência.
62% dos tatus da Amazônia brasileira no Pará têm bactéria da lepra, diz estudo
Um estudo inédito publicado na “PLos Neglected Tropical Diseases” mostrou que 62% dos tatus que vivem na Amazônia brasileira (especificamente no oeste do Pará) testaram positivos para a Mycobacterium leprae — bactéria causadora da hanseníase, ou da lepra, como a doença é conhecida. Não é de hoje que a ciência sabe que tatus podem atuar como um reservatório natural para a bactéria causadora da doença. Trata-se da 1ª vez, contudo, que a relação é demonstrada com essa precisão no Brasil, dizem os autores. No sul dos Estados Unidos, a associação já era observada — por isso, pesquisadores acreditam que a relação de transmissão entre humanos-tatus, principalmente via consumo da carne, seja um fenômeno antigo no Brasil. A hipótese da pesquisa também é corroborada pelas maiores taxas de hanseníase detectadas em áreas rurais do país (com Centro-Oeste e Norte apresentando os maiores índices.