Joesley diz que deu R$ 120 mil por mês a ex-ministro e aliado a pedido de Temer
Apontado como receptor de um "mensalinho" da JBS a pedido do presidente Michel Temer, Milton Ortolan entregou ao Supremo Tribunal Federal (STF), no último dia 8, contratos para justificar os pagamentos da empresa.
A documentação, a que o blog teve acesso, consta do material atualizado da Operação Skala, da Polícia Federal.
Na delação premiada, Joesley disse que durante um ano, a pedido de Michel Temer, deu R$ 100 mil por mês pra Wagner Rossi e R$ 20 mil para o aliado dele, Milton Ortolan.
Ortolan é apontado como homem de confiança de Wagner Rossi, ex-ministro da Agricultura e um dos principais aliados de Temer.
Na documentação encaminhada ao ministro Luís Roberto Barroso, no âmbito da Operação Skala, Ortolan afirma que, após deixar seu último cargo público, em 2011, prestou serviços para a Eldorado Celulose, que pertence ao grupo JBS, "tendo sido remunerado, de forma lícita, pelos trabalhos executados".
Ortolan também foi chefe de gabinete da Companhia Docas do Estado de São Paulo- área de influência de Temer- entre os anos de 1999 e 2008.
Ortolan trabalhou com Wagner Rossi no ministério da Agricultura. Eles foram exonerados em 2011. Segundo Joesley, Temer pediu nesse período ao delator que continuasse a pagar uma espécie de mensalinho aos dois- e que ele, Joesley, concordou.
Os pagamentos, segundo Joesley, foram feitos em dinheiro ou por meio de emissão de notas fiscais simuladas para a empresa do filho de Rossi.
Os serviços, segundo Ortolan, foram feitos para a Eldorado em 2012.
Na delação, a JBS informou vários casos em que contratos de fachada foram utilizados para repasse de dinheiros para políticos, com serviços que nunca foram prestados ou que foram prestados para políticos, mas pagos pela JBS.
Na época da delação da JBS, a assessoria da Presidência disse que Temer não solicitou pagamento nem para Rossi nem para Ortolan.