Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai, visitou Lula na prisão nesta quinta-feira
Em nota distribuída à imprensa na noite desta quinta-feira, 21, a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou que irá solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o petista passe a cumprir prisão domiciliar. Lula está preso na sede da Polícia Federal em Curitiba desde 7 de abril e terá um recurso apreciado pela Corte na terça-feira, 26.
“O ex-presidente Lula está pedindo nos recursos dirigidos aos Tribunais Superiores o restabelecimento de sua liberdade plena porque ele jamais praticou qualquer ato ilícito”, diz o texto assinado pelo advogado Cristiano Zanin Martins. “A defesa de Lula não apresentou ao STF ou a qualquer outro Tribunal pedido de prisão domiciliar.” O ex-presidente foi condenado a 12 anos e um mês de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex no Guarujá (SP).
Visita Mujica
Lula está empolgado, lê muitos livros e continua atento ao futuro do Brasil e dos países vizinhos. Essa foi a avaliação de Pepe Mujica depois de visitá-lo em Curitiba nesta quinta-feira (21). Assim que o encontro terminou, ele concedeu uma breve entrevista coletiva na saída do prédio da Polícia Federal.
O grande assunto do encontro, nas palavras do ex-presidente uruguaio, foi a preocupação com o destino do Brasil e da nossa América. “Foi muito agradável, fazia tempo que não o via”, disse.
Questionado, Mujica disse que Lula está animado. “O encontrei com bom ânimo e muito bom humor, com uns quilos a menos, lendo muitos livros. E preocupado, como não poderia ser diferente.”
O ex-presidente uruguaio voltou a defender a união latino-americana, ideia da qual ele e Lula são os maiores porta-vozes mundiais. “Minha pátria é a América Latina. O mundo que vem aí exige que os latinoamericanos percebam que temos que ser fortes juntos, senão o futuro não existirá. Nào somos nem 10% da economia do mundo, mesmo países colossais como o Brasil. A politica tem que enxergar trinta anos a frente e não conformar-se com o hoje. Senão perderemos o rumo.”
Ele também lembrou importância da condução política dos anos Lula para seu país. “Quando Lula foi presidente deste país gigantesco, numa atitude de muita consideração e respeito aos países pequenos da América Latina, o Brasil se comportou como uma espécie de irmão mais velho.”