A deputada foi alvo da segunda etapa da Registro Espúrio, nesta terça (12). Fachin vetou entrada da parlamentar no Ministério do Trabalho
A deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ) é apontada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como suposta integrante de uma organização criminosa que atuava no Ministério do Trabalho para conceder ou vetar registros de sindicatos de acordo com interesses pessoais.
A parlamentar foi alvo da segunda etapa da Operação Registro Espúrio, instaurada nesta terça-feira (12/6), com três mandados de busca e apreensão em endereços de Brasília e do Rio de Janeiro.
A petebista chegou a ser indicada pelo seu partido para comandar a pasta ministerial, mas seu nome foi vetado por força de decisões judiciais.
A deputada foi pega, segundo a Procuradoria, em uma troca de mensagens com o servidor do Ministério do Trabalho Renato Araújo Júnior, apontado como atendedor dos desígnios do PTB na Secretaria de Relações do Trabalho – setor que cuidava dos registros sindicais.
“Além de orientar o servidor (Renato) em relação a como agir na análise de pedidos, há inclusive mensagens que tratam da cobrança de valores previamente combinados”, afirmou a Procuradoria-Geral da República em nota encaminhada após o cumprimento da segunda etapa da operação. O órgão não publicou as mensagens.
Um dos alvos da primeira etapa da operação, Renato Araújo Júnior é um exemplo dentro do Ministério do Trabalho de ascensão graças ao apoio do PTB. Responsável por elaborar notas técnicas em relação a diversos pedidos de registro, ele trocou mensagens suspeitas com diversos outros alvos da operação pelo aplicativo WhatsApp.
Meses depois de ouvir do presidente do partido, Roberto Jefferson, pai de Cristiane, que “sua hora vai chegar”, Renato chegou ao posto de coordenador da Secretaria de Relações do Trabalho em abril.
O servidor afirmou em conversa no ano passado com o deputado Wilson Santiago Filho que tinha “priorizado ao máximo o senhor (Wilson Santiago Filho), Deley (deputado federal do PTB-RJ) e Cristiane Brasil”.
Essa menção já havia sido destacada pela PF no primeiro pedido de diligências, mas na ocasião o delegado Leo Garrido afirmou que ainda era preciso o “aprofundamento das investigações, com vistas a aferir a possível participação de tais parlamentares neste esquema criminoso”.
Registro Espúrio Na primeira etapa da Registro Espúrio, o pai de Cristiane, Roberto Jefferson, pivô do escândalo do Mensalão do PT, teve seus endereços vasculhados pela Polícia Federal. Também foram alvos os gabinetes dos deputados Jovair Arantes (PTB), Paulinho da Força (Solidariedade) e Wilson Filho (PTB).
A ação da PF também mirou a sede da Força Sindical, e alguns escritórios de advogacia. Todos são apontados como integrantes do núcleo político da suposta organização criminosa que atuava no na pasta.
Adeus, ministério O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu, nesta terça-feira (12), proibir Cristiane Brasil de entrar no prédio do Ministério do Trabalho. A parlamentar também não pode manter contato com os demais investigados na ação da PF que mira fraudes na Secretaria de Relações do Trabalho da pasta. (Com informações do MPF e da Agência Estado)