Região Norte teve maior índice de mortes de LGBT motivados por homofobia, diz estudo do GGB
Um estudo divulgado nesta segunda-feira 21.05 pelo Grupo Gay da Bahia (GGB) mostra que a região Norte registrou no ano passado a maior média (3,23% por milhão de habitantes) de mortes de LGBT motivadas por homofobia.
Rondônia, por exemplo, teve cinco casos, obtendo uma medida de 2,77% de vítimas LGBT por cada grupo de milhão de habitantes, um pouco acima da média nacional que é 2,47%. O Acre foi o primeiro com 8,44%, a maior do País.
Dentre as 445 vítimas LGBT que morreram no País no ano passado, 387 ocorreram por assassinato e 58 por suicídios. Essas mortes só vêm aumentando no Brasil a cada ano. De 2016 para 2017, algo em torno de 30%.
No final do estudo, o LGBT divulgou uma lista com os 445 mortos. Um deles aparece o nome de Beatriz “Bia” Presley, 43 anos, encontrada morta, em outubro do ano passado, em sua residência, no bairro Meu Pedacinho de Chão, em Porto Velho.
Bia estava em avançado estado de decomposição, e, na época, sua morte foi atribuída a suicídio. Os 445 casos, no entanto, se baseiam em informações da mídia, mas pode estar subdimensionado, já que não há um cadastro oficial sobre os casos.
“Tais números alarmantes são apenas a ponta de um iceberg de violência e sangue, pois não havendo estatísticas governamentais sobre crimes de ódio, tais mortes são sempre subnotificadas já que o banco de dados do GGB se baseia em notícias publicadas na mídia, internet e informações pessoais”, comentou Luiz Mott, fundador do Grupo Gay da Bahia e um dos autores do estudo.