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TURBULÊNCIA: Nova delação vai detalhar o elo entre o advogado foragido Tacla Duran e o Grupo Triunfo


Uma nova delação premiada da Lava Jato já acertada, de Nelson Leal Júnior, ex-diretor do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR), tem tudo para complicar ainda mais a situação de dois personagens conhecidos dos investigadores: o advogado Rodrigo Tacla Duran, foragido na Espanha, e o Grupo Triunfo, que atua nos segmentos de energia, concessão rodoviária e administração de aeroporto. Ambos já são investigados desde 2016, mas voltaram ao radar da PF em fevereiro deste ano, na 48ª fase da Lava Jato, que apurou um esquema de fraudes e desvios na Econorte, empresa do Grupo Triunfo, que possui concessões de rodovias no Paraná. Agora, a colaboração do ex-diretor do DER vai detalhar a relação entre Tacla Duran, conhecido por lavar dinheiro para a Odebrecht, e o Grupo Triunfo, detentor também da concessão do Aeroporto de Viracopos.




ISTOÉ apurou que o escritório de advocacia de Tacla Duran prestou várias consultorias para a Triunfo e a suspeita é que elas, na verdade, não passem de lavagem de dinheiro. Um contrato apreendido pela PF na sede da Triunfo, em São Paulo, mostra que Tacla Duran foi consultor da empresa nas obras da Usina Hidrelétrica de Três Irmãos. O documento é de setembro de 2014, seis meses depois da deflagração da primeira etapa da Lava Jato. A PF também apreendeu notas fiscais de vários pagamentos da Triunfo para o escritório de Duran. No dia 8 de setembro de 2014, a construtora repassou R$ 498 mil ao advogado.



Outra irregularidade remonta a 29 de agosto de 2014, quando a Triunfo repassou R$ 560 mil a Duran. Na descrição da nota, consta apenas que o pagamento foi por “honorários advocatícios”. A suspeita da força-tarefa da Lava Jato é de que as notas eram frias e os contratos fictícios firmados para dar aparência de legalidade a recursos de origem ilícita. Duran é um dos grandes operadores financeiros investigados na Lava Jato. Ele fugiu do Brasil em abril de 2016 ao perceber que a Lava Jato avançava na direção dos operadores da Odebrecht, como era seu caso. Na ocasião, os investigadores já sabiam da existência do departamento de propinas da empreiteira. Duran, então, decidiu ir para a Espanha, onde tem cidadania, para dificultar o processo de extradição. Ele chegou a ser preso em território espanhol em novembro de 2016, por ordem do juiz Sergio Moro, mas atualmente está solto com a imposição de medidas cautelares. O MPF não consegue sua extradição, mas já sabe que o advogado movimentou mais de R$ 54 milhões em propinas desviadas da Petrobras para diversas empreiteiras. Se pisar em solo brasileiro, seu destino estará selado.


Segundo descrição da nota, tratava-se de uma “fatura relativa à primeira parcela dos honorários advocatícios referente aos serviços de consultoria (…) do contrato assinado em 01/09/14”. Em nota, a Triunfo disse que está “prestando esclarecimento às autoridades competentes”.

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