Defesa do traficante condenado a 317 anos de prisão havia solicitado o seu retorno para o Rio de Janeiro
A pedido do governo do Rio de Janeiro, a Justiça decidiu manter o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, por mais um ano na penitenciária federal de segurança máxima de Porto Velho, capital de Rondônia. O criminoso está fora do Rio desde 2006, e sua defesa havia solicitado o retorno. A medida judicial foi tomada levando em conta os altos índices de criminalidade no estado vinculados a traficantes de drogas.
Beira-Mar – cujas penas, somadas, chegam a 317 anos de prisão – conseguia manter sua liderança no tráfico mesmo preso no Rio, de acordo com investigações. Entre outras condenações, ele foi sentenciado em 2015 a 120 anos de prisão por liderar uma guerra de facções em 2002 dentro do presídio Bangu I, na qual quatro rivais foram assassinados.
O juiz titular da Vara de Execuções Penais, Rafael Estrela, escreveu: “a permanência do apenado fora dos limites do estado do Rio de Janeiro é um importante obstáculo ao fluxo de comunicações entre tais líderes e seus comandados, no que tange à transmissão de ordens ilícitas, o que viabiliza a continuidade da austera política de segurança pública implementada pelas autoridades fluminenses”.
O magistrado lembra que a segurança do Rio está sob intervenção federal há três meses e, em sua decisão, cita o alto índice de assassinatos de policiais – 134 em 2017 e 51 este ano. O objetivo de mantê-lo longe do estado é evitar que Beira-Mar se articule com comparsas em liberdade.
“Veja que não se está a falar aqui de ilações ou conjecturas, mas de uma situação lastimável pela qual passa a Segurança Pública deste estado, amplamente comprometida em seu aparelhamento técnico e humano, com sérias dificuldades em manter a ordem, frente às diversas facções e ações armadas que atuam diariamente nas ruas de toda a cidade do Rio de Janeiro”.