São 600 agentes cumprindo 154 mandados de busca e apreensão na capital paulista,18 cidades do interior de São Paulo, Paraná e Bahia. Há indícios contra 13 prefeitos e 4 ex-prefeitos.
Polícia Federal faz operação na manhã desta quarta-feira (9), em parceria contra a Controladoria Geral da União para desarticular cinco grupos criminosos suspeitos de desviar recursos da União destinados à merenda em municípios dos estados de São Paulo, Paraná, Bahia e Distrito Federal. Há indícios de envolvimento de 13 prefeitos e 1 ex-prefeito na operação nomeada como Prato Feito.
A investigação detectou 65 contratos suspeitos que ultrapassam R$ 1,6 bilhão.
São cumpridos 154 mandados de busca e apreensão, além de afastamentos preventivos de agentes públicos e decisões de suspensão de contratação com o poder público referentes a 29 empresas e seus sócios. Todas as medidas foram expedidas, a pedido da PF, pela 1ª Vara Criminal Federal de São Paulo e pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região.
A investigação começou após comunicação do Tribunal de Contas da União, que identificou desvios em licitações relacionadas à merenda. Diversas empresas que já foram investigadas pelo Ministério Público são citadas nesta investigação, a chamada "Máfia da Merenda".
Segundo a PF, os grupos criminosos agiriam em 30 municípios, contatando prefeituras por meio de lobistas, para direcionar licitações de fornecimento de recursos federais para a educação destinados ao fornecimento de merenda escolar, uniformes, material didático e outros serviços.
Há indícios do envolvimento de 85 pessoas, sendo: 13 prefeitos, 4 ex-prefeitos, 1 vereador, 27 agentes públicos não eleitos e outras 40 pessoas da iniciativa privada.
Os investigados devem responder pelos crimes de fraude a licitações, associação criminosa, corrupção ativa e corrupção passiva, com penas que variam de 1 a 12 anos de prisão.
A TV Globo registrou policiais do Grupo de Pronta Intervenção, grupo tático da PF, na casa do prefeito de Embu das Artes, na Grande São Paulo, Ney Santos (PRB).
Desde antes de assumir o cargo, em dezembro de 2016, o prefeito Ney enfrenta uma investigação por envolvimento com o crime organizado e o tráfico de drogas. Ele chegou a pedir afastamento temporário do cargo, mas uma decisão favorável do Supremo Tribunal Federal (STF), manteve um habeas corpus concedido a ele. Em abril deste ano, a Justiça Eleitoral o declarou inelegível por oito anos.
O advogado Humberto Sabretti, defensor do prefeito Ney Santos, afirmou que a defesa não teve acesso aos autos do processo e não sabe informar sobre o que se trata, já que as investigações estão sob sigilo. Ele também informou que o prefeito de Embu das Artes não está na casa que está sendo alvo de busca e apreensão pela Polícia Federal, já que está em processo de separação da esposa e ficando em um imóvel em São Paulo.
Cinco mandados de busca e apreensão por suspeita de desvio de verbas foram cumpridos na casa do prefeito de Laranjal Paulista (SP), Alcides de Moura Campos Júnior (PTB) e do irmão dele, José Francisco de Moura Campos.
A Polícia Federal também faz buscas na Prefeitura de Laranjal Paulista e esteve também na casa do secretário de Esportes e Lazer, Alziro Cesarino. Segundo a Polícia militar, ele é o principal alvo da operação na cidade.
O G1 entrou em contato com a prefeitura de Águas de Lindoia, São Sebastião , Monte Mor e Mauá e aguarda um posicionamento. A Prefeitura de São Paulo disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que não tem informações sobre a investigação.
O Tribunal Regional Federal da 3ª Região não autorizou prisões pedidas pela Polícia Federal.
Veja as 19 cidades de SP com mandados de busca
Águas de Lindóia
Araçatuba
Araras
Cubatão
Itaquaquecetuba
Jaguariúna
Leme
Mairinque
Mauá
Monte Mor
Peruíbe
Pirassununga
São Bernardo do Campo
São Paulo
São Sebastião
Sorocaba
Tietê
Várzea Paulista
Votorantim