Investigada na Operação Skala, Maristela Temer é suspeita de lavar R$ 1 milhão com reforma de imóvel em área nobre de São Paulo
A filha do presidente Michel Temer (MDB), Maristela Temer, presta depoimento à PF (Polícia Federal) nesta quinta-feira (3).
Investigada na Operação Skala, que prendeu amigos do presidente, Maristela é suspeita de lavar dinheiro com a reforma de um imóvel na zona oeste de São Paulo.
Trata-se também da primeira vez que um filho de presidente em exercício presta depoimento à polícia. O advogado de Maristela afirma que sua cliente está disposta a prestar "todos os esclarecimentos".
No depoimento, que deve acontecer no Aeroporto de Congonhas, a filha de Temer será questionada sobre o suposto recebimento de R$ 1 milhão para reformar a casa situada no Alto de Pinheiros, região nobre da capital paulista.
As investigações apontam que o pagamento fazia parte das retribuições dadas a Temer pela renovação das concessões no Porto de Santos.
De acordo com a PF, Temer teria recebido R$ 2 milhões da construtora Engevix, por intermédio de seu amigo e coronel João Baptista de Lima Filho. Parte do valor seria usada para financiar a reforma na casa de Maristela.
Coincidentemente, o projeto no imóvel da filha do presidente foi comandado pela arquiteta Maria Rita Fratezi, mulher do coronel Lima.
Na sexta-feira (27), Michel Temer rebateu as informações de que teria reformado e comprado imóveis para a sua família com dinheiro de propina. Temer disse estar sofrendo um ataque moral e diz que em nenhum momento foram pedidos documentos que comprovariam a origem dos recursos. Para ele, estão tentando atacar a sua honra. O ministro da Segurança, Raul Jungmann, mandou investigar o vazamento de informações do inquérito dos portos, na Polícia Federal, que apura o susposto recebimento de propina pelo presidente da República.