Caso seja implementada, medida atingirá 2.758 vigilantes, empregados da limpeza, funcionários do setor administrativo, entre outros
A intenção de reduzir salários de terceirizados do Senado Federal pôs os trabalhadores em alerta. Em um documento circulando nos bastidores da Casa, a diretora-geral, Ilana Trombka, solicitou à Advocacia-Geral da Casa avaliação da possibilidade de cortes na folha de pagamento do grupo. A medida, alega Ilana, busca contribuir para a economia das contas públicas, uma vez que os funcionários recebem “valores acima do piso salarial” da categoria profissional.
Na prática, a ideia visa equiparar a remuneração de pessoas contratadas por meio de empresas terceirizadas ao piso das categorias correspondentes. A mudança de salário passaria a valer quando uma nova companhia assumisse o contrato. A intenção da direção, porém, seria manter os mesmos funcionários, mas com proventos menores. Caso seja implementada, a medida atingirá vigilantes, empregados da limpeza e de setores administrativos.
“A situação é preocupante. Há servidores aqui com mais de 20 anos de experiência. O que eles vão fazer se perderem o emprego? Não tem espaço para eles no mercado”, declarou um terceirizado sob a condição de ter o nome preservado.
Para tentar viabilizar a ação, Ilana Trombka teria perguntado ao advogado do Senado, em 17 de abril, sobre a possibilidade de realizar novo processo de licitação, pagando menos, mas mantendo os mesmos trabalhadores. Questionada pela reportagem por e-mail, nessa quarta-feira (25/4), a assessoria de comunicação do Senado respondeu apenas que “a Diretoria-Geral do Senado Federal não tem nenhuma decisão quanto ao assunto mencionado”.
Nesta quinta (26), o Metrópoles voltou a questionar a Diretoria-Geral da Casa acerca do documento. Desta vez, por telefone. A assessoria pediu que a reportagem enviasse novamente a demanda por e-mail. Não houve resposta até a publicação desta matéria.