Presidente é investigado sob suspeita de ter recebido propina pela edição de um decreto que alterou regras portuárias
A PF (Polícia Federal) apresentou nesta quinta-feira (26) um pedido ao ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), de prorrogação por 60 dias do chamado "Inquérito dos Portos", que investiga se o presidente Michel Temer cometeu crimes na edição de um decreto ano passado que mudou regras portuárias.
Barroso despachou o pedido da PF para a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, se manifestar antes de tomar uma decisão. Os termos do pedido da PF, com suas justificativas, não foram divulgados.
Temer é investigado nesse inquérito sob suspeita de ter recebido propina, por meio do então assessor especial, Rodrigo Rocha Loures, para editar um decreto que beneficiou a empresa Rodrimar em alterações legais para a área portuária.
A pedido do Ministério Público Federal e da Polícia Federal, Barroso autorizou a ampliação do escopo das apurações iniciais. Ele permitiu a quebra de sigilos bancário e fiscal de Temer e de pessoas próximas do presidente.
Dois amigos de Temer, o coronel aposentado da Polícia Militar de São Paulo João Baptista Lima Filho e o advogado José Yunes, chegaram a ser presos temporariamente no curso da apuração.
O Palácio do Planalto receia que o presidente seja alvo de uma terceira denúncia da Procuradoria-Geral da República — no ano passado ele conseguiu barrar outras duas apresentadas pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot.
Temer nega quaisquer irregularidades e afirma que o decreto foi fruto de um grupo de trabalho do governo e não beneficiou a Rodrimar.