Sérgio Andrade afirmou à Polícia Federal que contrato de R$ 35 mi com empresa de Alexandre Accioly era para repassar recursos ao senador
Depoimento do dono da Andrade Gutierrez (AG), Sérgio Andrade, à Polícia Federal reforça as suspeitas de que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) teria se beneficiado de um contrato de R$ 35 milhões firmado entre a empreiteira e uma empresa de Alexandre Accioly, em 2010. Segundo matéria do jornal O Globo, o executivo é a segunda pessoa a afirmar a investigadores que Aécio recebia propina.
Há cerca de seis meses, o colaborador Flávio Barra, também da AG, disse que o repasse a Accioly, compadre e apontado como operador de Aécio, era referente a uma sociedade que nunca existiu de fato.
A suspeita da Polícia Federal é de que o contrato era fachada para que o tucano ajudasse as empreiteiras a participarem da construção da Usina de Santo Antônio, no Rio Madeira, em Rondônia.
Ainda segundo O Globo, Sérgio Andrade também confirmou o acordo realizado entre a empreiteira mineira e a Odebrecht, citado na delação premiada de executivos do grupo baiano, entre eles a do ex-presidente e herdeiro da companhia, Marcelo Odebrecht.
Na ocasião, Marcelo relatou que o combinado era o pagamento de R$ 50 milhões a Aécio, sendo que R$ 30 milhões seriam repassados pela Odebrecht e R$ 20 milhões pela Andrade Gutierrez. O objetivo seria que o senador influenciasse em decisões da Companhia Elétrica de Minas Gerais (Cemig) e Furnas a favor da empreiteira.