Ministro fez tudo errado, segundo a procuradora
O ministro Gilmar Mendes abriu inquérito no Supremo Tribunal Federal para apurar irregularidades no transporte do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB) da cadeia pública de Benfica, no Rio de Janeiro, para o Instituto Médico Legal, no Paraná. Cabral foi algemado e metido num camburão, o que revoltou Gilmar.
A Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, pediu ao tribunal que arquive o inquérito – e ao fazê-lo, deu uma lição de Direito ao ministro. Ensinou-lhe pelo menos quatro coisas:
+ A lei não permite que um ministro determine a abertura de inquérito sem que isso tenha sido pedido pelo Ministério Público;
+ Gilmar não tinha poder para se denominar relator do inquérito porque não foi escolhido por ninguém, nem mesmo sorteado para isso;
+ Só a presença de autoridade com foro privilegiado poderia determinar a abertura de investigação no Supremo, e esse não é o caso de Cabral;
+ Já existe um inquérito aberto no Paraná que apura eventuais abusos cometidos no transporte de Cabral.
Não há sinais de que Gilmar aprenderá a lição. Ele já marcou depoimento de Cabral para amanhã na sede do Tribunal Regional Federal da Segunda Região, no Rio.