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DENÚNCIA: PGR recomenda 12 anos de cadeia para Raupp; “ele traiu o mandato”, afirma Dodge

A Procuradora Geral considera que o senador ”traiu seu mandato e descumpriu a função constitucional de mais alta relevância dele esperada: zelar pela moralidade administrativa, zelar pela patrimônio público”


A procuradora-geral da República, Raquel da Dodge, entregou, na última sexta-feira, as alegações finais ao processo em que o senador Valdir Raupp é réu na Lava Jato, cujo relator é o ministro Edson Facchin, pedindo a condenação do senador Valdir Raupp (MDB-RO) e de seus assessores parlamentares Maria Cléia Santos de Oliveira e Pedro Roberto Rocha. Os três foram denunciados por crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em desdobramentos das investigações da Operação Lava Jato. Dodge pede doze anos de reclusão ao emedebista e pagamento de multa de 1 milhão de reais.


O senador é acusado de recebimento de propina de 500.000 em esquema de corrupção estabelecido na Diretoria de Abastecimento da Petrobrás. O valor foi pago pela empreiteira Queiroz Galvão, sob o disfarce de doações eleitorais “oficiais” para a campanha de 2010 ao Senado. Maria Cléia e Pedro Roberto teriam contribuído para o recebimento da propina. O senador foi para o banco dos réus em março de 2017, após decisão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).


Neste processo, o emedebista é acusado de receber R$ 500 mil em propina da empreiteira Queiroz Galvão por meio de doações oficiais a sua campanha em 2010


Na peça, Raquel Dodge alega que Raupp usou o mandato e sua influência política para solicitar vantagem indevida a Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras e um dos primeiros delatores da Lava Jato. Em outro trecho da manifestação ao Supremo, a procuradora-geral considera que o senador ”traiu seu mandato e descumpriu a função constitucional de mais alta relevância dele esperada: zelar pela moralidade administrativa, zelar pela patrimônio público”.


Por ser senador, Valdir Raupp tem direito ao foro por prerrogativa de função – o foro privilegiado – e, portanto, será julgado pelo STF. Vale ressaltar que, em pouco mais de quatro anos de Operação Lava Jato, a Corte não concluiu o julgamento de nenhum político réu pelo esquema de corrupção da Petrobras.

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