Senador é acusado corrupção passiva e obstrução da Lava Jato
A denúncia contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG), por corrupção passiva e obstrução da Lava Jato, será analisada pelos ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (10).
A decisão de pautar o inquérito foi do relator do caso na Corte, ministro Marco Aurélio Mello. Além dele, formam a Primeira Turma os ministros Alexandre de Moraes, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Luiz Fux.
Na denúncia oferecida ao STF, a Procuradoria Geral da República (PGR) acusa o tucano de solicitar R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, um dos delatores da JBS.
A irmã do parlamentar, Andrea Neves, o primo de Aécio, Frederico Pacheco, e Mendherson Souza Lima, ex-assessor do senador Zezé Perrela (PMDB-MG), também foram denunciados.
Todos foram citados na delação premiada da JBS. De acordo com a PGR, o recebimento do valor teria sido intermediado por Frederico e Mendherson, que teria entregue parte dos recursos em uma empresa ligada ao filho de Perrella. A denúncia está baseada em gravações feitas pela Polícia Federal, durante uma ação controlada.
Sobre a acusação de obstrução da Justiça, a PGR sustenta na denúncia que o senador afastado tentou embaraçar as investigações da Operação Lava Jato, na qual também é investigado, ao "empreender esforços" para interferir na distribuição dos inquéritos dentro da Polícia Federal. Ao fim, a procuradoria solicitou ao STF que Aécio e sua irmã sejam condenados ao pagamento de R$ 6 milhões por danos decorrentes dos casos citados de corrupção.