Henrique Meirelles deixa o cargo para concorrer neste ano. Guardia é o secretário-executivo da pasta.
O governo anunciou nesta sexta-feira (6) que Eduardo Guardia vai assumir o cargo de ministro da Fazenda no lugar de Henrique Meirelles, que deixou a pasta para disputar as eleições.
Guardia é secretário-executivo da Fazenda, segundo na linha de comando do ministério. O anúncio de que ele vai assumir o cargo de ministro foi feito pelo próprio Meirelles.
"Estive há pouco com o presidente Michel Temer e ele me assegurou que o novo ministro da Fazenda irá contar com o mesmo apoio que recebi. Tenho muita segurança que a equipe que seguirá liderada pelo meu amigo Eduardo Guardia irá garantir que a política econômica não se perca novamente", declarou ele.
A exoneração de Meirelles foi publicada em edição extra do "Diário Oficial da União" desta sexta.
Candidatura Henrique Meirelles disse que deixa a pasta para avaliar a possibilidade de uma candidatura a presidente. Recentemente, ele se filiou ao MDB, partido do presidente Michel Temer. Meirelles afirmou que não pretende concorrer como candidato a vice e afastou a hipótese de se candidatar a senador ou governador.
"Em relação a candidaturas, como eu disse , eu vou analisar a possibilidade de uma candidatura a presidente. Não decidi isso. Vou agora iniciar esse processo com atenção e serenidade devidas. Não pretendo ser candidato a vice-presidente e não há a menor possibilidade de ser candidato a senador e governador. Isto é, estou analisando a possibilidade de uma candidatura a presidente. Mas, de novo, estou iniciando um projeto de análise nesse sentido", declarou.
Quem é o novo ministro? Guardia estava no cargo de secretário-executivo da Fazenda desde junho do ano passado. Antes disso, foi diretor-executivo de Produtos da BM&FBovespa, onde também foi diretor-executivo-financeiro, de junho de 2010 a maio de 2013.
Eduardo Guardia já havia ocupado, ainda, o cargo de secretário da Fazenda do Estado de São Paulo, de secretário do Tesouro Nacional, entre maio e dezembro de 2002, e de secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda.
Nascido em 1966, em São Paulo, Guardia é doutor em Economia pelo Instituto de Pesquisas Econômicas da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FIPE/USP) e já foi professor do Departamento de Economia da Faculdade de Economia e Administração da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
Desafio O novo ministro terá de comandar a economia em um cenário de restrições nas contas públicas, impostas pelo teto de gastos públicos, que limita o aumento das despesas, em um ano, à inflação registrada no ano anterior; e ao risco de descumprimento da chamada "regra de ouro", um mecanismo que proíbe o governo de se endividar para pagar despesas correntes, como os gastos da máquina pública, em valores acima dos investimentos.
Para melhorar a arrecadação e abrir espaço para novos gastos neste ano, o governo tenta aprovar, no Congresso Nacional, a chamada "reoneração" (aumento de tributação) sobre a folha de pagamentos. Mas esbarra em dificuldades no Legislativo, e pode não conseguir reonerar os 50 setores da economia propostos inicialmente, o que diminuiria o impacto da medida neste ano.