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CAPA: Janot critica pedido da PGR para soltar aliados de Michel Temer

Desafeto conhecido da procuradora-geral Raquel Dodge, ex-procurador utilizou o Twitter para deixar claro seu entendimento



O ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, usou sua conta no Twitter na noite deste sábado (31) para questionar o pedido enviado pelo atual comando da PGR (Procuradoria-Geral da República) ao STF (Supremo Tribunal Federal) para revogar as prisões temporárias efetuadas na operação Skala.


Na última quinta-feira (29), a operação prendeu amigos e assessores próximos do presidente Michel Temer (MDB) --entre eles, o advogado e ex-assessor José Yunes e o coronel da PM João Baptista Lima Filho.

"Não teria sido o caso então de pedir condução coercitiva ao invés de prisão?", comentou Janot ao compartilhar uma notícia sobre o pedido da PGR. "Voltou a ser assim? E vai continuar sendo assim?", criticou.

Em dezembro do ano passado, o ministro Gilmar Mendes decidiu proibir a realização de condução coercitiva de qualquer investigado para interrogatório em todo o país por considerar o procedimento inconstitucional. A decisão tem caráter liminar (provisório) e ainda será analisada pelo colegiado da Corte, o que não tem data para acontecer.


O ministro Luís Roberto Barroso já acatou o pedido da PGR e determinou que sejam expedidos com urgência todos os alvarás de soltura dos presos pela operação. Janot, no entanto, não comentou a decisão de Barroso até o momento.


Na quinta-feira, Janot, que vem se opondo à linha adotada pela atual procuradora da República, Raquel Dodge, também usou seu Twitter para comentar a operação: "Começou? Acho que sim", escreveu.


Ao todo, 10 pessoas foram presas pela PF. Além de Yunes e do coronel Lima, foram presos também o ex-ministro da Agricultura, Wagner Rossi e o dono da empresa portuária Rodrimar, Antônio Celso Grecco.


Oito delas prestaram depoimentos entre ontem e hoje na sede da PF em São Paulo. O coronel Lima, no entanto, alegou "não ter condições físicas ou psicológicas" para falar com os investigadores e não prestou depoimento. O coronel saiu de ambulância de seu apartamento ao ser preso e chegou a ser internado.

As prisões aconteceram como resultado do chamado inquérito dos Portos, que tramita no STF (Supremo Tribunal Federal) e apura suspeitas de que Temer recebia vantagens indevidas de empresas do setor portuário. Em troca, ele as beneficiaria por meio de leis e medidas provisórias.


Relator do inquérito, o ministro do STF Luís Roberto afirmou em seu despacho que há suspeitas de que o esquema do qual Temer se beneficiaria estaria em funcionamento há pelo menos 20 anos.


O Planalto criticou a operação da PF e disse que há uma "tentativa de destruir a reputação do presidente Michel Temer". Temer já foi alvo de outras duas denúncias que tiveram andamento suspenso por decisão da Câmara dos Deputados.

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