Celso Grecco foi preso em operação que faz parte do inquérito que apura se, em troca de propina, Temer favoreceu empresas portuárias, entre as quais a Rodrimar
A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou na noite desta sexta-feira (30) pedido para revogar a prisão temporária do empresário Antônio Celso Grecco, dono da empresa Rodrimar, que atua no setor portuário.
Grecco foi um dos dez presos na Operação Skala, da Polícia Federal, deflagrada na quinta-feira (29), como parte do inquérito que apura se o presidente Michel Temer beneficiou, com a edição de um decreto, empresas do setor portuário. Temer nega. A empresa diz que nunca pagou propina a nenhum agente público. Na operação, foram alvos de prisão temporária dois amigos do presidente, um ex-ministro e empresários.
Rosa Weber argumentou na decisão que o habeas corpus não é o instrumento adequado para a defesa reivindicar a revogação da prisão temporária porque ainda há outros pedidos da defesa aguardando julgamento pelo ministro relator do caso, Luís Roberto Barroso.
O pedido de habeas corpus dos advogados de Grecco foi impetrado na manhã desta sexta-feira. O empresário foi preso nesta quinta – a prisão temporária tem vigência de cinco dias.
Em despacho emitido mais cedo, o relator do inquérito, ministro Luís Roberto Barroso, do STF, afirmou que, depois de a Polícia Federal coletar os depoimentos de todos os presos na operação, ele decidirá sobre a revogação das prisões preventivas. Na operação, foram presas dez pessoas, entre as quais dois amigos do presidente Michel Temer, um ex-ministro e empresários (entre os quais, Grecco).
Depoimento
Em depoimento à Polícia Federal, Grecco relatou uma frase que teria ouvido do então vice-presidente Michel Temer sobre a concessão de áreas no porto de Santos: "Vou ver o que posso fazer".
Em depoimento anterior à PF, em dezembro do ano passado, o empresário afirmou que não havia discutido questões do setor portuário com Michel Temer. Em janeiro, ao responder questionário formulado pela Polícia Federal, Temer negou que tenha tratado do assunto com Grecco.