Estimativas do Inca apontam que mais de 36 mil novos casos de câncer colorretal devem surgir em 2018. O Sudeste deve ser a região com maior incidência (previsão de mais de 20 mil para este ano). Março é considerado o mês “azul marinho”, de combate ao mal.
— No Brasil, não temos um estudo epidemiológico que possa justificar esta alta incidência, mas talvez seja porque a região Sudeste é onde as pessoas mais têm acesso ao diagnóstico — afirma Ana Teresa Pugas, médica gastroenterologista do Lâmina Medicina Diagnóstica.
Os tumores que afetam o intestino grosso (cólon) e o reto, na maioria das vezes, surgem a partir de pólipos — lesões benignas que podem crescer na mucosa interna do intestino grosso.
— Esse pólipo, ao longo do tempo, vai sofrendo transformações e adquirindo alguns defeitos no DNA dele, o que pode se tornar um câncer. Este processo leva, em média, de 5 a 10 anos — explica Felipe Ades, oncologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Por conta disso, a recomendação é que homens e mulheres com mais de 50 anos realizem o exame de colonoscopia e o de presença de sangue nas fezes a cada cinco anos. Quando é detectado precocemente, as chances de cura são altas.
O câncer colorretal está relacionado a hereditariedade e também a estilo de vida, com consumo de bebidas alcoólicas, tabagismo e obesidade, além de maus hábitos alimentares.
Segundo tipo mais comum em mulheres
No Brasil, o câncer colorretal é o segundo mais incidente em mulheres (depois do câncer de mama) e o terceiro entre os homens (ficando atrás dos de próstata e de pulmão). Ter uma boa alimentação é fundamental para prevenir a doença.
— Manter o peso ideal é importante, assim como seguir uma dieta balanceada, com grãos integrais, composta por frutas e verduras, evitando o consumo de carne vermelha e os alimentos defumados — orienta Felipe.
Pessoas que apresentam sintomas como anemia de origem desconhecida, alterações intestinais (diarreia ou prisão de ventre), desconforto abdominal com gases ou cólicas, sangramento nas fezes, sangramento anal e sensação de que o intestino não se esvaziou após defecar, devem procurar um oncologista ou gastroenterologista para investigar as causas desses sinais.
O diagnóstico é feito a partir de uma biopsia do pólipo. Confirmada a doença, o tumor é retirado por meio de cirurgia. O paciente ainda pode ser submetido a sessões de radioterapia e quimioterapia, dependendo do caso.
Como se prevenir
Tenha uma dieta rica em fibras, composta de alimentos como frutas, verduras, legumes, cereais integrais, grãos e sementes
Pratique exercícios físicos regularmente
Evite o consumo de bebidas alcoólicas e não fume
Não coma carnes processadas e evite comer mais de 300g de carne vermelha cozida por semana
A partir dos 50 anos, faça o exame de colonoscopia ou de sangue nas fezes
Se houver casos da doença na família, procure um gastroenterologista ou um oncologista a partir dos 30 anos