Desde julho do ano passado até agora, foram 1.098 casos da doença, sendo 340 mortes; total supera o número de casos confirmados no período passado
Mais de mil pessoas tiveram febre amarela no Brasil entre julho de 2017 e a última terça-feira (20), segundo informações do Ministério da Saúde. Durante o período, a pasta registrou 1.098 casos da doença, sendo que 340 evoluíram para óbito. No mesmo período de 2016 e 2017 foram 623 casos e 201 mortes, o que implica em uma alta de 73,7%.
De acordo com o governo, foram 4.102 notificações de pessoas com suspeita de febre amarela , mas 2.150 já foram descartadas, e 854 ainda estão em investigação. Só na última semana foram 178 casos e 40 mortes confirmados.
Para justificar a quantidade superior de casos da doença em comparação com o período passado, o Ministério da Saúde afirma que o vírus da febre amarela hoje circula em regiões metropolitanas do país com maior contingente populacional, atingindo 34,8 milhões de pessoas que moram, inclusive, em áreas que nunca tiveram recomendação de vacina. Na sazonalidade passada, por exemplo, o surto atingiu uma população de 9,1 milhões de pessoas, informou a pasta.
No entanto, é preciso ressaltar que a febre amarela que está afetando a população continua sendo considerada silvestre, com transmissão pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes em regiões de mata. Ainda não foi encontrado o vírus no mosquito Aedes aegypti.
Ampliação da vacina
Em coletiva realizada na terça-feira (20), o ministério informou que todos os brasileiros deverão se vacinar contra a febre amarela. A imunização será recomendada para todos os estados , devido à alta no número de casos da doença e maior proximidade do vírus nas zonas urbanas.
De acordo com a pasta, a ampliação deverá acontecer até abril de 2019, de forma gradual, conforme acordado com os municípios. São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia continuarão a aplicar as doses fracionadas da vacina contra febre amarela e ainda devem imunizar 40,9 milhões de pessoas.
Aproximadamente 77 milhões de pessoas deverão receber a vacinação . Atualmente, a maioria dos estados do Nordeste a parte do Sul e Sudeste não são áreas onde a vacina é recomendada, por isso a necessidade de ampliação da proteção.
Os estados da região Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) deverão incluir a vacina em suas rotinas a partir do mês de julho. Em 2019, os estados da região Nordeste que ainda não se vacinaram totalmente também adotarão a mesma medida.