Em tese, uma questão de ordem poderia forçar o plenário a votar as ações mesmo que Cármen Lúcia não queira. A praxe no Supremo, entretanto, é que os ministros sigam a pauta determinada pela presidente do tribunal.
Questionado se uma questão de ordem não iria expor ainda mais o STF, Marco Aurélio rebateu. "Não, exposição maior é a divisão interna que não pode continuar". Ele é a favor da revisão do entendimento para que a execução da pena só ocorra após o trânsito em julgado da ação, isto é, após todos os recursos serem apreciados.
Também defensor da mudança do atual entendimento, o ministro mais antigo em atividade na corte, Celso de Mello, disse em entrevista na véspera que sugeriu à Cármen Lúcia marcar uma reunião com todos os integrantes da corte para evitar um "constrangimento inédito" de haver cobranças para que ela pautasse o assunto em plenário.
Celso de Mello disse ter feito a proposta a Cármen Lúcia na quarta-feira passada, num encontro em seu gabinete com a presença do ministro Luiz Fux. Na ocasião, segundo ele, a presidente do STF concordou em marcar a reunião.
Contudo o encontro não ocorreu. A assessoria de imprensa da presidência do Supremo afirmou, posteriormente, que Cármen Lúcia entendeu que caberia a Celso de Mello --e não a ela-- ter feito os convites aos demais integrantes da corte.