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ALERTA: Bebês podem herdar tendência à obesidade na amamentação

Em cobaias, pesquisadores demonstraram que comida em excesso e rica em gordura durante a amamentação contribuiu para a obesidade dos descendentes


É de conhecimento geral que a amamentação é fundamental para a saúde do bebê: a ciência já estabeleceu que é com os anticorpos recebidos da mãe que o recém-nascido desenvolve suas primeiras defesas contra doenças.


Outro lado pouco conhecido, entretanto, é que em algumas situações específicas a amamentação também pode contribuir para problemas de saúde -- o que não invalida os seus benefícios.


A tendência à obesidade é uma das condições que podem ser "passadas" durante a amamentação, segundo estudo apresentado no ENDO 2018, um dos principais congressos de endocrinologia do mundo, que acontece essa semana em Chicago (EUA).


Em estudos em camundongos, cientistas observaram que filhotes amamentados por mães com dietas não saudáveis tiveram maior propensão à obesidade. Um outro achado é que as cobaias tiveram mais tendência à puberdade precoce.


Trata-se de uma questão marginal, que não questiona a importância da amamentação, que tem inúmeros outros benefícios. Cientistas estão observando, no entanto, em quais condições a amamentação pode ser ainda mais benéfica.


O estudo foi coordenado por Mengjie Wang, pesquisadora na Universidade de Toledo, em Ohio. Em nota, ela comenta que a hipótese reforça achados de estudos anteriores, mas ainda deve ser testada em seres humanos para ser considerada válida para nossa espécie.


"Nossos resultados reforçam os resultados de estudos anteriores de que a obesidade infantil causa puberdade avançada e distúrbios metabólicos na idade adulta", disse Wang.

A obesidade contribui para maior incidência de câncer, problemas cardiovasculares, diabetes, pressão alta e colesterol alto. Também pesquisas recentes têm demonstrado que a puberdade precoce aumenta o risco de diabetes e de problemas reprodutivos mais tarde na vida.


Para chegar a essas conclusões, a pesquisadora dividiu um grupo de cobaias em dois: Um que recebeu alimentação rica em gordura desde a data que deu a luz até o desmame dos filhotes; O outro grupo teve uma dieta regular durante o mesmo período.

Testes feitos com camundongos na idade adulta mostraram que aqueles com mães que se alimentaram de forma não saudável na amamentação tiveram diminuição do tamanho da ninhada e dificuldades de fertilidade.


Também ficou demonstrado que esses ratos tinha maior tendência à obesidade e sofriam de intolerância à glicose e insensibilidade à insulina (quando o hormônio usado para metabolizar a glicose não é percebido pelo corpo).


Esses são sinais de um possível desenvolvimento de diabetes durante a idade adulta, conclui o estudo.

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