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AGORA: Ministério diz que 'não há risco à saúde' após 3ª fase da Carne Fraca

Polícia Federal cumpre mandados de prisão na nova fase da Operação Carne Fraca nesta segunda-feira.


O Ministério da Agricultura e a associação de produtores de frango afirmaram nesta segunda-feira (5) que não há risco para a saúde do consumidor brasileiro de carne diante das irregularidades constatadas em nova fase da Operação Carne Fraca. Segundo eles, é normal ter a bactéria do tipo salmonela spp em carne de aves, mas ela é destruída quando a carne é cozida.


A Polícia Federal (PF) cumpriu nesta segunda-feira (5) 11 mandados de prisão e 27 de condução coercitiva como parte da 3ª fase da operação Carne Fraca, tendo como alvo a BRF. Segundo a PF, cinco laboratórios fraudavam os resultados dos exames para burlar a inspeção do Ministério da Agricultura.


As investigações apontam fraude nos laudos emitidos por 4 fábricas da BRF para exportação a 12 países que exigem requisitos sanitários específicos de controle da bactéria do tipo salmonela spp.


O grupo inclui China, África do Sul e países da União Europeia. Nesses países, a porcentagem de salmonella spp tolerada é inferior à tolerada no Brasil (20%, de acordo com a legislação brasileira). De acordo com o ministério, em 2017 o Brasil recebeu 410 notificações sobre a presença de salmonela spp em produtos importados do país.


Um representante da pasta afirmou, durante entrevista sobre a operação, que a produção para consumo interno não foi afetada e que não há risco para a saúde pública, mas que novas medidas poderão ser tomadas após a conclusão da ação.


"Não houve detecção de algo que represente risco a saúde pública", disse o coordenador-geral do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) do ministério, Alexandre Campos da Silva

Ele explicou que a bactéria salmonela apresenta mais de 2 mil sorovares (variedades dentro da mesma espécie), mas apenas dois oferecem risco à saúde pública (tifimurium e enteritidis) e outros dois representam risco à saúde animal (pullorum e gallinarum).


“Não encontramos, até agora, nenhum problema que representasse a presença ou a falsificação, a eventual fraude, desses dois patógenos: tifimurium e enteritidis.”


Produtores temem generalização A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), entidade que representa os produtores de frango e de suínos, enviou um comunicado nesta tarde alertando que a presença de salmonela encontrada nas análises de frango brasileiro não provoca danos à saúde do consumidor.


"Ao consumidor, é importante esclarecer: não há riscos! A investigação se relaciona com as análises de presença do grupo de Salmonela spp, que são destruídas durante o cozimento dos alimentos", disse a associação.


A entidade lembrou que os problemas constatados na nova fase da Operação Carne Fraca são "situações ainda em investigação e pontuais" e alertou para que a operação não repita erros do passado.


"A ABPA, em nome de toda a cadeia produtiva, defende o correto levantamento de problemas e a exemplar punição aos envolvidos. É importante, entretanto, que os erros do passado não se tornem recorrentes: são situações ainda em investigação e pontuais, não uma situação generalizada", disse a associação, em comunicado.


Críticas à operação A primeira fase da Operação Carne Fraca recebeu críticas de produtores rurais e até mesmo do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, por ter generalizado os problemas identificados em alguns frigoríficos.

A operação levou diversos países a suspender as importações de carne brasileiro e provocou prejuízo aos frigoríficos do país.

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