A defesa do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso no Complexo Médico Penal (CMP), em Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba, fez 49 pedidos ao juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, dentro da ação que acusa o político de desvios na Caixa Econômica Federal (CEF).
No entanto, o magistrado negou 47 deles, de uma só vez, e aceitou apenas duas solicitações, relacionadas à anexação de alguns documentos ao processo. Justificou que os requerimentos fogem do objeto do processo, de acordo com informações de O Globo.
Foi nesta mesma ação que, em janeiro último, durante as alegações finais, o Ministério Público Federal (MPF) recomendou à Justiça Federal que Cunha seja condenado a 386 anos de prisão, além de multa no valor de R$ 13,7 milhões pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e prevaricação, no âmbito da Operação Sépsis.
O ex-ministro de Estado e ex-deputado Henrique Eduardo Alves é acusado nos mesmo crimes e também foi alvo dos procuradores, que pediram sua condenação a 78 anos de prisão, além de multa de R$ 3,2 milhões.
Entre os pedidos negados por Vallisney de Souza Oliveira estão a quebrar do sigilo do celular do empresário Henrique Constantino para verificar se o presidente Michel Temer pediu adiantamento para a campanha de Gabriel Chalita à prefeitura de São Paulo, em 2012; e a quebra dos sigilos fiscal e bancário do delator Lúcio Bolonha Funaro, apontado como operador financeiro do PMDB.
Indeferiu ainda o pedido para a realização de perícia na planilha do empresário Joesley Batista, um dos sócios do grupo J&F, “por entender que se trata de providência inócua, desnecessária para a solução do processo, ainda mais considerando que dificilmente as questões levantadas pelo requerente sobre a planilha (quando, por quem e onde foi elaborada) serão resolvidas por mero exame pericial”.
Entre a extensa lista também está a recusa do magistrado à solicitação para que a Caixa, Ministério do Trabalho, Ministério da Justiça, Banco Central, Ministério Público Federal, Tribunal Superior Eleitoral, 13ª Vara Federal de Curitiba, PMDB e algumas empresas forneçam documentos.