Voo saiu da capital russa e ia para Orsk, na divisa com Cazaquistão. Acidente ocorreu pouco depois da decolagem e não há sobreviventes.
Um avião com 71 passageiros da companhia aérea Saratov caiu na região de Moscou neste domingo (11). Não há sobreviventes, de acordo com a Promotoria dos Transportes da Rússia. Trata-se do desastre com voo comercial com maior número de mortos desde a queda do avião da Chapecoense, em novembro de 2016 (veja histórico mais abaixo).
O voo decolou as 14h21 (9h21 em Brasília) do aeroporto Domodedovo, na capital russa, com destino a Orsk, a cerca de 1.700 km de Moscou e perto da fronteira com o Cazaquistão. Quatro minutos depois, perdeu contato.
"A comunicação por rádio com a tripulação foi perdida alguns minutos após a decolagem, a aeronave desapareceu do radar", disse um porta-voz da Federação Russa de Transporte Aéreo.
A aeronave, de modelo Antonov AN-148, levava 65 passageiros e seis tripulantes. O Ministério de Emergências divulgou uma lista com os nomes das vítimas. Não foi informada a nacionalidade delas.
Fragmentos da aeronave foram encontrados no solo coberto de neve no distrito de Ramesnky, pertencente a Moscou. Uma equipe com 167 pessoas está trabalhando no lugar do acidente.
Segundo uma fonte do Centro de Operações de Emergência ouvida pelo site Sputnik News, uma caixa preta que grava dados do avião foi encontrada, mas a segunda caixa preta, com gravador de voz a bordo, ainda não foi localizada.
O Ministério dos Transportes da Rússia considera várias possibilidades como causa da queda, incluindo condições climáticas por conta de um inverno rigoroso e erro do piloto, diz a agência russa Interfax. No momento do acidente, a temperatura era de -4ºC.
Segundo a Interfax, a tripulação não informou nenhuma falha da aeronave.
O presidente russo, Vladimir Putin, ofereceu condolências às vítimas do acidente e ordenou a criação de uma comissão para investigá-lo. O primeiro-ministro russo, Dmitry Medvedev, ofereceu condolências às famílias das vítimas e ordenou a criação de uma comissão para prestar assistência aos afetados pelo acidente.
EUA: 'profundamente entristecido'
O governo dos Estados Unidos disse se sentir "profundamente entristecido" pelo acidente aéreo e enviou suas condolências ao povo russo por essas "trágicas mortes", informou a Casa Branca em comunicado.
"Os EUA estão profundamente entristecidos pelas trágicas mortes daqueles a bordo do voo 703 da companhia aérea Saratov. Enviamos as nossas condolências às famílias daqueles que perderam suas vidas e ao povo da Rússia", disse a Casa Branca em um breve comunicado.
Aeronave
O Antonov An-148 é uma aeronave de origem ucraniana com capacidade para até 85 passageiros. O modelo é usado na aviação regional, em distâncias médias. Sua autonomia é de até 4,4 mil km.
O modelo é menor do que as aeronaves mais usadas na aviação brasileira. Boeing 737 e Airbus A320, por exemplo, populares na ponte aérea Rio-São Paulo, têm capacidade para cerca de 150 passageiros. Um equivalente ao An-148 é o jato regional brasileiro Embraer E175, que leva até 78 pessoas.
A Saratov Airlines tem sede em Saratov, a 840 km ao sudeste de Moscou. Em 2015, a companhia foi proibida de operar voos internacionais quando, durante uma inspeção surpresa, agentes de segurança encontraram uma pessoa que não era membro da tripulação na cabine de comando.
Histórico
Segundo o registro da Bureau of Aircraft Accidents, empresa sediada na Suíça que contabiliza acidentes aéreos, o desastre de Moscou deste domingo, considerando apenas voos comerciais, é o que teve maior número de mortos desde a queda da aeronave em que viajava a equipe da Chapecoense em novembro de 2016, na Colômbia, em que também morreram 71 pessoas.
O voo da Chape era um charter (quando a aeronave é alugada para um voo específico), enquanto o da Saratov era um voo regular, de linha.
Houve, porém, um desastre com mais mortos na Rússia, em 25 de dezembro de 2016, quando um voo militar Tu-154 operado pelo Ministério da Defesa, que voava para a Síria, caiu no Mar Negro após decolar de Sochi, no sul da Rússia. Todas as 92 pessoas a bordo morreram.
Em março de 2016, um Boeing 737-800 operado pela FlyDubai caiu ao pousar em Rostov-on-Don, matando todas as 62 pessoas a bordo.
Em outubro de 2015 uma bomba a bordo destriuiu um avião da companhia russa Metrojet após a decolagem de Sharm al-Sheikh, no Egito. Todos os 244 passageiros e tripulantes a bordo morreram.