Não importa se é samba, funk, axé, forró, sertanejo, pop, rock ou MPB: a música faz bem para os ouvidos e o corpo todo. Na musicoterapia, o som, o ritmo, a melodia e a harmonia da canção são as ferramentas para tratamentos físicos, sociais e psicológicos.
— O musicoterapeuta utiliza diversos tipos de instrumentos musicais, o corpo, a voz e demais os sons com a intenção de estabelecer canais de comunicação com seus pacientes — explica Carla França, psicóloga clínica, arte educadora e colaboradora do Coletivo Virgínia Bicudo: — Centros de atendimento psicossociais, cada vez mais, utilizam a musicoterapia para realizar intervenções terapêuticas e realizar atividades inclusivas na comunidade como, por exemplo, com a criação de blocos carnavalescos.
Associado ao Instituto Municipal Nise da Silveira, especializado em saúde mental, o Ponto de Cultura Loucura Suburbana oferece, durante todo o ano, oficinas de percussão para os pacientes e a comunidade no geral. Quem participa das aulas é convidado para desfilar no bloco de carnaval homônimo, que sai toda a quinta antes do carnaval.
— A música faz parte do nosso dia a dia. As pessoas começam a aprender e desenvolver seus talentos. Assim, elas deixam de se ver como loucas e passam a se identificar como artistas — afirma Ariadne de Moura Mendes, fundadora e coordenadora do bloco Loucura Suburbana e do ponto de cultura.
A música tem a capacidade de estimular a coordenação motora, reduzir o estresse e a fadiga. Além disso, a técnica pode ser usada como terapia complementar para tratar doenças graves, como o câncer.
— A musicoterapia aumenta a tolerância do paciente ao tratamento. Ela ajuda a reduzir a ansiedade e melhora o conforto. Pacientes chegam bem tensos e depois das sessões ficam descontraídos e alegres — comenta Taynan Ribeiro Nunes, oncologista do Cecon Grupo Oncoclínicas.