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TURBULÊNCIA: 'Reforma pode ficar para o próximo presidente', diz Maia

Deputados aliados do governo querem manter tema na pauta mesmo que haja risco de derrota na votação


O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta quarta-feira (31), que se a reforma da Previdência não for votada até fevereiro não irá mais colocar o assunto em pauta.


— Sem a reforma a gente não sabe o que vai acontecer com o Brasil, mas não vou ficar nessa agenda a vida inteira. Não dá para carregar isso além do mês de fevereiro. Votou em fevereiro, votou. Não votou, será a agenda da eleição, do próximo presidente. Vamos ver quem vai enfrentar o tema de forma transparente, de forma aberta.


A declaração vai contra o que defendem deputados aliados do governo, que pretendem levar a reforma a voto mesmo com o risco de derrota. O discurso é de que o presidente Michel Temer não sairá perdedor caso isso ocorra, pelo contrário.


O vice-líder do governo na Câmara, Beto Mansur (PRB-SP), diz que "O governo é vitorioso por apresentar a proposta".


Maia reconhece que o governo não tem os 308 votos necessários para aprovar as mudanças nas regras do INSS, mas diz acreditar que é possível construir maioria para aprovar ao menos alguns pontos da proposta, como idade mínima e a igualdade para servidores públicos.


— Alguns defendem que é esse texto ou nada. Acho que se tiver voto com esse, ótimo. Se tiver voto para outro, bom. Ninguém vai achar que mesmo o próximo governo se eleito com força vai fazer uma reforma previdenciária profunda. Não vai fazer. Vamos conversar com os deputados. Não é o que a gente gostaria, é o que a gente pode. Não adianta sonhar com coisas que não existem. Não há apoio da sociedade para uma reforma ampla que não existe.


O governo tem buscado dar sinais de retomada nas negociações. O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, inclusive deu aval para mudanças nas regras de concessão de pensão por morte para facilitar as articulações, segundo o deputado Rogério Rosso (PSD-DF). Outra alteração é a redução do adicional sobre o tempo que falta para aposentadoria, o chamado "pedágio, no caso de servidores que ingressaram no funcionalismo público até 2003.

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