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MANCHETE: Dodge rejeita fechar acordo de delação premiada com Eike Batista

Desde que foi preso, em janeiro do ano passado, Eike manifestava a intenção de fechar acordo de delação com o Ministério Público Federal. Ele foi o principal alvo da Operação Eficiência


A PGR (Procuradoria-Geral da República) rejeitou a proposta de delação premiada do empresário Eike Batista. As tratativas vinham acontecendo com a equipe da procuradora-geral, Raquel Dodge, e com procuradores da República no Rio. As provas apresentadas foram consideradas insuficientes.


A informação foi antecipada nesta sexta-feira (26) pela revista "Veja" e confirmada pela Folha de S.Paulo. Desde que foi preso, em janeiro do ano passado, Eike manifestava a intenção de fechar acordo de delação com o Ministério Público Federal. Ele foi o principal alvo da Operação Eficiência, deflagrada naquele mês.


O empresário foi denunciado em fevereiro sob acusação de lavar US$ 16,5 milhões em um esquema de propinas para o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB) por meio de contratos fictícios.


A defesa de Eike nega as acusações do MPF (Ministério Público Federal) e diz que a força-tarefa da Lava Jato no Rio fez uma interpretação "criativa" dos fatos.


Em abril de 2017, após quase três meses preso no Rio, Eike foi solto por ordem do ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal).


Ele passou a cumprir prisão domiciliar até que, em outubro, a Segunda Turma do Supremo, da qual Mendes faz parte, livrou-o também de ficar preso em casa.


As medidas cautelares passaram para recolhimento domiciliar noturno, comparecimento periódico ao juízo, proibição de manter contato com outros investigados e apreensão do passaporte.


Em meados do ano passado, quando ainda estava sob medidas cautelares mais duras, Eike preparou anexos (resumos do que ele pretendia delatar) que atribuíam supostos crimes a vários políticos.


Como a Folha de S.Paulo noticiou à época, entre os nomes estavam Cabral, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-ministro Guido Mantega.


Em setembro passado, as tratativas em torno da delação de Eike voltaram ao noticiário, quando foi revelado que um dos episódios que ele pretendia narrar era um pagamento de R$ 1 milhão por meio de caixa dois a Marcelo Crivella (PRB) para que ele desistisse de concorrer à Prefeitura do Rio em 2012.


O pagamento teria sido encomendado por Cabral, que queria a reeleição de seu aliado, Eduardo Paes (MDB), o que acabou acontecendo. Em 2012 Crivella era ministro da Pesca e não disputou a prefeitura. Ele se elegeu prefeito do Rio em 2016. Todos os citados negam o pagamento. PGR

Questionada sobre ter rejeitado a proposta de colaboração feita por Eike, a Procuradoria-Geral da República afirmou que não se manifesta sobre negociações de delação que, por lei, são protegidas por sigilo.


Advogados que atuam em Brasília e defendem investigados pela Lava Jato têm dito, nos bastidores, que as negociações de acordos com a PGR perderam o ritmo desde que Raquel Dodge assumiu o comando, em setembro.


A procuradora-geral herdou de seu antecessor, Rodrigo Janot, ao menos 14 propostas de delação premiada. Na ocasião, representantes do órgão disseram que era natural uma pausa para que a nova equipe se inteirasse das investigações. A PGR não informou quantas tentativas de acordo existem hoje.


Não há informações públicas de que Dodge tenha fechado algum acordo em sua gestão. A reportagem não conseguiu localizar o advogado de Eike nesta sexta-feira.


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