Ministro da Secretaria de Governo afirmou que presidente recebeu com “serenidade” a decisão do STF que suspendeu a posse
Após nova suspensão da posse de Cristiane Brasil no Ministério do Trabalho, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (MDB), afirmou nesta segunda-feira (22/01) que o governo insistirá na “luta judicial” para garantir a deputada federal (PTB-RJ) no cargo. “Temos confiança no bom senso das decisões judiciais que vão garantir a posse da ministra escolhida pelo presidente para exercer a função de ministra do Trabalho”, disse Marun em coletiva.
A decisão da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, que resultou no cancelamento da cerimônia foi divulgada na madrugada desta segunda-feira (22/1). A posse estava marcada para as 9h de hoje.
O ministro, responsável pela articulação política do governo, informou que o presidente Michel Temer (MDB) recebeu com “serenidade” a decisão do STF. Segundo o político, a área jurídica do governo avalia as estratégias para a posse da deputada federal. Marun afirmou que a escolha de um novo nome do PTB para a pasta “até seria mais fácil”, mas ainda não é contemplada pelo Planalto. “O presidente entende que a indicação é positiva e nós vamos manter esse rumo”, disse.
Marun informou ainda que, caso a decisão provisória do STF seja revista durante a viagem de Temer à Suíça, Cristiane poderá ser empossada pelo presidente em exercício, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Temer viaja na noite desta segunda (22) à Zurique e participa na quarta (24) do Fórum Econômico Mundial, em Davos. “Se essa decisão sair nesse tempo, cabe a ele decidir. Nós teremos presidente da República no pleno exercício dos seus poderes”, disse o ministro.
Decisão do STF Marun evitou criticar a presidente do STF, Cármen Lúcia. O político ressaltou que a ministra ainda não analisou o mérito do caso e conferiu a suspensão apenas em caráter temporário até o ajuntamento do inteiro teor da determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A suspensão é uma resposta ao pedido do Movimento dos Advogados Trabalhistas Independentes (Mati), e será mantida “até que venha ao processo o inteiro teor da decisão do STJ [proferida no sábado (20) e ainda não publicada]”. “Se for o caso, e com todas as informações, a liminar poderá ser reexaminada”, informou a assessoria do STF.