Ministério Público diz que situação poderá ser cobrada caso o presidente não acate recomendação de afastamento de investigados
O Ministério Público Federal avisou ao presidente Michel Temer que, caso não atenda à recomendação de afastar os vice-presidentes da Caixa Econômica Federal, ele próprio poderá ser responsabilizado, na esfera cível, se os executivos forem acusados por crimes. A Procuradoria da República no Distrito Federal havia pedido o afastamento imediato dos dirigentes do banco em dezembro, mas, em resposta, a Casa Civil informou na semana passada que não tinha competência para fazê-lo. Os procuradores, com isso, decidiram reenviar a recomendação a Temer. O documento foi remetido na última quinta (11) à procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pois cabe a ela encaminhar esse tipo de comunicação ao chefe do Executivo. Os procuradores fixam a data de 26 de fevereiro para que Temer atenda ao pedido. "Esclarece-se desde já que, caso não seja observada a recomendação, eventuais novos ilícitos cometidos pelos atuais vice-presidentes da Caixa Econômica Federal poderão gerar a responsabilização civil de Vossa Excelência, por culpa in eligendo [por escolha inadequada]", informa o documento. A iniciativa para afastar os vices ocorreu após o Ministério Público e a própria Caixa, em investigação interna, apontarem suspeitas de envolvimento de quatro dos 12 vices em esquemas de corrupção e favorecimento a políticos.