Grupo composto por 58 laboratórios de tecnologia, relacionado ao Ministério da Justiça, atua contra a lavagem de dinheiro no país
Um levantamento da Rede Lab-LD, grupo composto por 58 laboratórios de tecnologia contra a lavagem de dinheiro, apontou que ao menos R$ 44,43 bilhões foram originados de atividades suspeitas em 11 anos no Brasil.
Um dos resultados do estudo, relacionado apenas ao primeiro semestre de 2017, apontou que 77 políticos estavam envolvidos em negociatas - sendo que foram excluídas as iniciativas da Operação Lava Jato em Curitiba, Brasília e Rio de Janeiro, por motivos operacionais.
De acordo com o UOL, os dados mais recentes do levantamento apontam que foram 7.438 casos desde 2009, envolvendo ao menos 6.752 pessoas e 2.676 empresas.
Um dos primeiros resultados provenientes do grupo foi observado durante a prisão de membros do PCC (Primeiro Comando da Capital).
"Houve resultados muito positivos no mapeamento do funcionamento das grandes organizações criminosas, na participação das mulheres dos criminosos, movimentação de contas bancárias, visitas a presídios e a relação disso com os locais em que as pessoas moravam", afirma Leonardo Ribeiro, o coordenador da Rede Lab-LD.
Outro exemplo de cooperação dos laboratórios de tecnologia foi a denúncia sobre esquemas fraudulentos no SUS do Rio de Janeiro, que somaram R$ 35 milhões em desvios.
Atualmente, 18 pessoas trabalham no grupo que atua junto ao Ministério da Justiça. Os analistas atuam em áreas como computação, economia, direito e, até mesmo, psicologia. Além disso, trabalham com um equipamento de ponta, com aplicativos, câmeras, filmadoras e impressoras. "Os aplicativos são excelentes, a Nasa utilizada alguns deles, mas nada substitui o ser humano. Não existe um processo 100% automatizado", explica o delegado Robinson Fernandes, coordenador do LAB-LD da Polícia Civil.