O objetivo é acelerar as investigações para concluir os 273 inquéritos sobre políticos com foro privilegiado
A Polícia Federal (PF) quase dobrou nesta quinta-feira (04/01) o número de delegados responsáveis por investigações da Operação Lava Jato envolvendo políticos com foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal (STF).
Com a decisão de aumentar o número de delegados de nove para 17, a Polícia Federal pretende acelerar as investigações para concluir os 273 inquéritos sobre políticos com foro privilegiado no STF. Destes casos, 124 são exclusivos da Lava Jato.
Segundo uma fonte ouvida pela agência de notícias Reuters, a decisão foi tomada em meio a desconfianças de que o presidente Michel Temer poderia usar a recente indicação de Fernando Segóvia, como diretor-geral da PF, para barrar a Lava Jato.
A escolha de Segóvia, candidato avaliado pela mídia brasileira como bem aceito no meio político, por Temer, no início de novembro, ocorreu menos de um mês após a segunda votação da Câmara que pôs fim à denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República contra o presidente.
Após assumir o cargo, Segóvia chegou a minimizar o episódio envolvendo o ex-assessor de Temer Rodrigo Rocha Loures, que foi flagrado com uma mala com 500 mil reais. Segóvia também nomeou como número dois da PF um ex-candidato a deputado pelo PMDB e ainda trocou o delegado responsável por uma investigação que envolve o presidente e suspeitas de corrupção no Porto de Santos.
Em entrevista à TV Globo, o diretor de combate ao crime organizado da PF, Eugênio Ricas, afirmou que os delegados escolhidos devem começar o trabalho na Lava Jato até o fim do mês, em Brasília. Os trabalhos serão liderados por Josélio Azevedo de Souza, que é coordenador de combate à corrupção e ao crime organizado.