Com eficácia jamais vista. Em 2018, resultados positivos são esperados no tratamento de doenças como anemia e câncer
Ao longo de 2018, dezenas de centros de pesquisa ao redor do mundo estarão conduzindo experimentos em humanos com aquela que se transformou na principal aposta para revolucionar a medicina: uma técnica de edição do material genético cujo acrônimo é CRISPR/Cas9. Trata-se da maneira mais eficiente encontrada até agora de corrigir erros do DNA que estão por trás de doenças como o Parkinson e o câncer.
Uma das grandes expectativas é em relação ao estudo que a CRISPR Therapeutic conduzirá com portadores de anemia falciforme e talassemia (doenças caracterizadas por desequilíbrio na concentração de glóbulos vermelhos). A companhia foi fundada por Emmanuel Charpentier, um dos que desenvolveu a técnica. “É um grande momento”, disse. “Há apenas três anos falávamos do método como se fosse ficção científica. E aqui estamos.” Outra iniciativa cujos resultados iniciais estão previstos para o ano que vem é a pesquisa em humanos em realização na Sun Yat-sen University, na China. Lá, eles testam a eficácia do método para neutralizar o potencial do vírus HPV de causar câncer de colo de útero.
Como funciona o método
1 – Os cientistas usam uma proteína, a Cas9, que atua como se fosse um par de tesouras moleculares
2 – Ela se liga e corta especificamente o pedaço do DNA que precisa ser corrigido
3 – Uma vez cortado, espera-se que a maquinaria do próprio DNA promova a correção ou ela é feita a partir de manipulação executada pelos cientistas em laboratório