A indústria é responsável por cerca de 35% do consumo, seguida pelas residências, que respondem por quase 30%.
O consumo de energia elétrica, um importante indicador da atividade econômica, tem se recuperado no Brasil, mas a demanda ainda segue abaixo da registrada em 2014, quando o país ainda não havia entrado em crise econômica, disse a estatal Empresa de Pesquisa Energética (EPE) em relatório nesta segunda-feira (19).
A economia brasileira saiu oficialmente da recessão em 2017, ao registrar crescimento após dois anos consecutivos de retração do Produto Interno Bruto (PIB), e os números de consumo de eletricidade também têm mostrado alta, principalmente a partir do segundo semestre.
Mas a retomada tem sido lenta, o que é associado pela EPE tanto à situação econômica quanto a aumentos das tarifas para os consumidores.
"O consumo nacional de energia elétrica ainda se mantém abaixo dos níveis observados em 2014, a despeito da recuperação observada nos últimos meses", apontou a estatal, que ressaltou sucessivas quedas do consumo industrial "influenciadas pelo cenário econômico desfavorável", enquanto comércio e residências tiveram avanços menores que em anos anteriores.
No caso dos clientes residenciais, a EPE afirma que houve "efeitos do choque tarifário de 2015 (reajustes extraordinários combinados a ajustes anuais mais elevados)".
De acordo com a EPE, o consumo acumulado até outubro deste ano é de 462.351 gigawatts-hora, ante 460.078 GWh em 2016, contra 464.085 GWh em 2015 e 474.823 GWh em 2014.
No relatório, a EPE apontou que tem havido crescimento do consumo em 2017 nos setores industrial e residencial, enquanto há estabilidade no segmento comercial.
A indústria é responsável por cerca de 35% do consumo, seguida pelas residências, que respondem por quase 30%.
Segundo projeções do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a carga de energia elétrica do sistema interligado do Brasil tem crescido nos últimos meses e deve avançar 4,3 por cento em dezembro na comparação do mesmo mês do ano anterior.
A carga representa a soma de consumo e perdas na rede elétrica.
Segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o consumo avançou 1% em novembro ante mesmo mês de 2016.