Estudo do instituto mapeia dificuldades do brasileiro para melhorar de vida
Brasileiros com origem no topo da pirâmide social têm quase 14 vezes mais chance de continuarem nesse estrato do que pessoas nascidas na baseascenderem para essa posição, segundo a pesquisa Síntese dos Indicadores Sociais, divulgada pelo IBGE nesta sexta-feira (15).
Assim, embora metade da população consiga melhorar de vida em relação aos seus pais em termos de ocupação, essa mobilidade se concentra entre os estratos mais baixos da classificação do IBGE —filhos de agricultores que ascendem para posições envolvendo trabalho manual, por exemplo, ou filhas de trabalhadores rurais que se tornam empregadas domésticas, de acordo com o instituto.
Já a chamada mobilidade de longa distância (quando pessoas com origem nos estratos mais baixos ascendem para o topo) é pequena.
Por outro lado, apenas 16,9% dos brasileiros acabam migrando ao longo da vida para uma posição pior do que a de origem. Um terço permanecem na mesma posição.
O estudo também mostrou que 13 milhões de brasileiros ainda vivem em pobreza extrema, e que tarefas domésticas impedem um terço das mulheres jovens de trabalhar ou estudar.
O IBGE divide o mercado de trabalho em seis estratos —A, B, C, D, E e F—, segundo o tipo de ocupação e o rendimento médio, com base em dados de 2014.
No estrato A, por exemplo, então cargos de gerência, dirigentes de empresa, advogados e professores de nível superior, com rendimento médio variando entre R$ 3.737 (professores e advogados) e R$ 4.681 (gerentes e dirigentes).
No estrato B, estão técnicos de nível médio (rendimento de R$ 2.457); no C, trabalhadores de serviços administrativos (R$ 1.564); no D, trabalhadores da produção de bens e serviços e de reparação e manutenção (R$ 1.460); no E, trabalhadores dos serviços e vendedores e prestadores de serviços do comércio (R$ 982 e R$ 1.263) e no F, trabalhadores agrícolas (R$ 628).