Médicos Sem Fronteiras disseram que, entre as vítimas, estão 730 crianças de menos de cinco anos.
Ao menos 6,7 mil muçulmanos rohingyas morreram no primeiro mês - iniciado em agosto - de repressão do exército de Mianmar contra os rebeldes no estado de Rakhine, oeste do país, anunciou a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF).
"Pelo menos 6,7 mil rohingyas, segundo as estimativas mais conservadoras, morreram, incluindo 730 crianças de menos de cinco anos", afirmou a ONG, que obteve os dados com os refugiados em Bangladesh.
"O número de mortes está subestimado", declarou o médico Sidney Wong, diretor da MSF, que entrevistou mais de 11.000 refugiados em Bangladesh.
A campanha de repressão do exército birmanês começou em 25 de agosto, após o ataque a vários postos na fronteira por parte do grupo rebelde Exército de Salvação dos Rohingyas de Arakan (ARSA).
Desde então, mais de 640 mil rohingyas se refugiaram em Bangladesh para fugir da repressão, classificada como "limpeza étnica" pela ONU.
Até o momento, as Forças Armadas birmanesas registravam a morte de 400 "terroristas", que segundo o governo de Mianmar foram responsáveis por desencadear a violência no fim agosto.
A investigação da MSF envolve apenas o primeiro mês de violência, mas o êxodo rohingya continua e as pessoas em fuga afirmam que sofreram violências nas últimas semanas, indicou a organização humanitária.
"Nós ouvimos as pessoas que contaram que famílias inteiras morreram presas em suas casas incendiadas pelos militares", afirmou Wong.
A investigação da MSF estabeleceu que 69% das vítimas foram assassinadas a tiros, 9% queimadas vivas e 5% com agressões.