Ex-deputados e assessores desviavam recursos da Assembleia Legislativa de Rondônia; esquema foi revelado em 2006 pela Polícia Federal na Operação Dominó
O juiz Franklin Vieira dos Santos, da 3ª Vara Criminal condenou no último dia 1, João Batista dos Santos (ex-deputado estadual João das Muletas), Ronilton Rodrigues Reis (ex-deputado estadual Roniton Capixaba), Deusdete Antônio Alves (ex-deputado estadual Doutor Deusdete), Ellen Ruth Catanhede Salles Rosa (ex-deputada estadual Ellen Ruth), Francisco Leudo Buriti de Souza (ex-deputado estadual Leudo Buriti), Francisco Izidro dos Santos (ex-deputado estadual Chico Doido), José Amauri dos Santos (ex-deputado estadual Amauri das muletas, irmão de João das Muletas) e José Joaquim dos Santos, irmão de Amauri e João, mais conhecido como “Zezinho do Maria Fumaça“, pelo chamado “esquema da folha paralela” da Assembléia Legislativa de Rondônia, revelado em 2006 pela Polícia Federal na chamada Operação Dominó.
O esquema consistia em desviar recursos através de uma folha de servidores fantasma, cujos salários eram sacados pelos próprios parlamentares ou pessoas ligadas a eles.
governador Ivo Cassol gravou um grupo de deputados pedindo propina em troca de “apoio político e governabilidade”. As imagens foram divulgadas pelo programa Fantástico da Rede Globo e a Polícia Federal deflagrou operação que atingiu tanto o legislativo quanto executivo e judiciário na época.
Como foram vários processos e muitos dos réus com foro privilegiado, centenas de testemunhas ouvidas, alguns réus já falecidos, além dos prazos processuais, a conclusão é mais lenta.
Alguns dos réus já possuem condenação por crimes cometidos no mesmo período, como o ex-presidente da Assembléia, Carlão de Oliveira e Ellen Ruth, que cumpre pena. Amauri e João das Muletas também já possuem condenação, atualmente João das Muletas está em prisão domiciliar.
Esquema antigo
Em um dos vídeos feitos pelo ex-deputado João das Muletas, ele explica ao então governador Ivo Cassol como seu antecessor, Valdir Raupp pagava propina aos deputados para não ter problemas. Segundo João, o dinheiro era desviado através da empresa Eucatur União Cascavel, que pertence à família do senador Acir Gurgacz (PDT-RO). De acordo com o ex-parlamentar, cada deputado recebia R$ 30 mil por mês em caixas de papelão. Veja o vídeo:
eja abaixo como foi a dosimetria da pena de cada um ou CLIQUE AQUI para ler a sentença de 61 páginas.
Todos foram condenados por peculato (art. 312 do Código Penal) e formação de quadrilha (art. 288, do Código Penal)
Carlão de Oliveira – 11 (onze) anos, 1 (um) mês e 10 (dez) dias de reclusão, mais multa de R$ 87.731,00
João da Muleta – 10 (dez) anos, 7 (sete) meses e 20 (vinte) dias de reclusão – m R$ 70.184,80
Ronilton Capixaba – 10 (dez) anos, 7 (sete) meses e 20 (vinte) dias de reclusão – R$ 70.184,80,
Deusdete Antônio Alves (Dr Deusdete) – 10 (dez) anos, 7 (sete) meses e 20 (vinte) dias de reclusão – R$ 70.184,80
Ellen Ruth – 7 (sete) anos, 11 (onze) meses e 20 (vinte) dias de reclusão – R$ 20.052,80
Leudo Buriti – 7 (sete) anos, 11 (onze) meses e 20 (vinte) dias de reclusão – R$ 20.052,80
Francisco Izidro dos Santos – Chico Doido – 8 (oito) anos, 1 (um) mês e 24 (vinte e quatro) dias de reclusão – R$ 30.079,20
José Amauri dos Santos – Amauri – 7 (sete) anos e 1 (um) mês de reclusão – R$ 10.026,40
José Joaquim dos Santos – Zezinho do Maria Fumaça – 8 (oito) anos e 5 (cinco) meses de reclusão – R$ 52.638,60
Émerson Lima Santos (ex-diretor da ALE) – 10 anos de reclusão, R$ 43,866,66 multa
Pós fitas
Após a revelação das imagens, os deputados continuaram se mobilizando para tentar desacreditar a operação e salvar os deputados envolvidos: