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HOJE: R$ 51 mi de 'bunker' seriam do PMDB, Odebrecht e Funaro

É a primeira vez que os investigadores fazem essa relação da origem do dinheiro. Ex-ministro está preso desde que os R$ 51 milhões foram apreendidos pela PF em setembro.


Investigadores da Lava Jato suspeitam que os R$ 51 milhões encontrados pela Polícia Federal (PF) em um apartamento de Salvador que supostamente funcionava como uma espécie de sala-cofre do ex-ministro Geddel Vieira Lima são a soma de propinas vindas do PMDB, da construtora Odebrecht e do operador Lúcio Funaro. É a primeira vez que os investigadores fazem essa relação da origem do dinheiro.


Geddel está preso no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, desde setembro após a descoberta da fortuna, a maior apreensão de dinheiro vivo da história da PF.


Fontes confirmaram à TV Globo que os investigadores trabalham com quatro possíveis fontes de dinheiro e que os indícios colhidos até agora apontam que a fortuna encontrada veio de quatro fontes:


>>> Repasses de Lúcio Funaro


O operador de propinas do PMDB, em sua delação premiada, confirmou ter repassado R$ 20 milhões somente a Geddel Vieira Lima.

Funaro já confirmou à Polícia Federal que levava malas de dinheiro ao ex-ministro e que entregou pessoalmente, nas mãos de Geddel, no hangar da Aerostar, no aeroporto de Salvador, como o Jornal Nacional revelou em julho.



>>> Desvios de políticos do PMDB


Os investigadores suspeitam que o ex-ministro recebeu dinheiro de peemedebistas investigados no inquérito conhecido como quadrilhão, em que Geddel é investigado junto com o presidente Michel Temer e outros integrantes do PMDB. O grupo é tratado pela PF como uma organização criminosa que atuava para desviar dinheiro publico.


>>> Odebrecht


Job Ribeiro, ex-assessor do deputado Lúcio Vieira Lima, afirmou que pegou dinheiro vivo na construtora Odebrecht .

O ex-auxiliar do irmão de Geddel também afirmou ter ido a mando do ex-ministro e de Lúcio umas 5 ou 6 vezes pegar dinheiro com uma pessoa chamada Lúcia.

Investigadores confirmaram que se trata de Maria Lúcia Tavares, secretária da Odebrecht, que, em fevereiro deste ano, revelou a existência de um departamento de propina dentro da construtora.


>>> Assessores


Job Ribeiro afirmou no mesmo depoimento que repassava 80% de seu salário pago pela Câmara – R$ 8 mil por mês – para a família Vieira Lima.


E que o motorista e uma secretária do deputado também devolviam parte de suas remunerações. Segundo Job, os recursos eram sacados e ficavam guardados na casa da mãe de Geddel, que armazenava dinheiro no closet.


A casa de Marluce Vieira funcionava como um escritório onde o dinheiro ficava guardado e era repassado a pessoas que iam lá receber pagamentos.


O ex-assessor de Lúcio disse que não sabia de onde veio a fortuna encontrada no apartamento da capital baiana, mas relatou que parte foi do próprio salário e dos outros dois funcionários da Câmara e outra fatia da Odebrecht.


O depoimento de Job foi usado pela Procuradoria Geral da República (PGR) para pedir a manutenção da prisão de Geddel.


A próxima etapa dessa investigação é o Ministério Público decidir se denuncia ou não o ex-minstro ao Supremo Tribunal Federal.


Investigadores do caso entendem que, em crimes de lavagem envolvendo dinheiro em espécie – que não pode ser rastreado pelo sistema bancários – os indícios são suficientes.



Delação premiada


A defesa de Job Ribeiro está reunindo provas na tentativa de fechar delação premiada com a PGR e pretende entregar extratos dos últimos cinco anos que comprovariam a versão do ex-assessor da Câmara de que devolvia parte do salário à família Vieira Lima.


Apesar de, na maioria das vezes, Job ser orientado a sacar e entregar parte de sua remuineração em dinheiro vivo, em algumas ocasiões ele teve que trasnferir dinheiro para o pai e um dos irmãos de Geddel.

Geddel nunca esclareceu de onde saiu tanto dinheiro. Investigadores dizem que há claros indícios do crime de lavagem.


O detalhamento foi incluído nas investigações sobre lavagem de dinheiro que estão no Supremo Tribunal Federal.

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