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TURBULÊNCIA: Apenas um terço dos empregadores é negro ou pardo




No Brasil, apenas um terço dos empregadores - ou 1,4 milhão dos 4,25 milhões - é negro ou pardo. São maioria, no entanto, entre ocupações informais, que têm rendimentos inferiores e baixo grau de escolarização. São, por exemplo, dois terços dos trabalhadores domésticos - ou 4 milhões dos 6,17 milhões - e outros dois terços dos ambulantes - 1,2 milhão dos 1,8 milhão. Também são maioria (55%) entre os trabalhadores por conta própria, atividade essencialmente informal. Dos quase 23 milhões de autônomos do país, 12,63 milhões são negros e pardos.


Os dados são referentes ao terceiro trimestre de 2017 e integram a mais recente pesquisa Pnad Contínua, divulgada pelo IBGE na última sexta-feira. Ao apresentar as estatísticas, Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimentos do IBGE, ressaltou que, apesar dessas desigualdades serem históricas é já conhecidas, “é sempre bom lembrar que elas existem”:

— As pessoas de cor preta e parda estão sempre em desvantagem na força de trabalho, seja no processo de inserção, seja depois que entram. Pois a desocupação entre eles é mais alta e entram em atividades que pagam menos. Isso vai refletir no poder de compra dessa parcela da população, que será mais baixo.



A pesquisa mostrou também, que os negros e pardos representam quase dois terços (63%) do total de pessoas desempregadas no país atualmente. São 8,25 milhões num universo de quase 13 milhões de desocupados.


TAXA DE DESEMPREGO É SUPERIOR A DOS BRANCOS

A taxa de desemprego entre negros e pardos também é bastante superior à de brancos. No terceiro trimestre, apesar de haver queda do desemprego entre ambos os grupos, enquanto entre os brancos ficou em 9,9%, entre os negros ficou em 14,6%. A média para toda a força de trabalho foi de 12,4%.


Dois terços de todos os trabalhadores subutilizados - aqueles que trabalham menos de 40 horas por semana, mas gostariam e têm disponibilidade para trabalhar mais - ou 17,61 milhões também são negros e pardos.


RENDIMENTOS SÃO POUCO MAIS DA METADE DA MÉDIA DOS BRANCOS

Os trabalhadores negros e pardos recebem pouco mais da metade (55%) do rendimento médio dos brancos no Brasil. De acordo com o instituto, enquanto no terceiro trimestre de 2017 o rendimento médio dos brancos foi de R$ 2.757, o dos negros ficou em apenas R$ 1.531, diferença de R$ 1.226.


— Essa diferença salarial é explicada pelo fato de negros e pardos estarem ocupados em atividades mais informais, que exigem menor grau de formação e que, consequentemente, têm salários menores — observa Azeredo.


Essa desigualdade já foi ainda maior, de acordo com a série histórica da pesquisa, iniciada em 2012. No quarto trimestre do ano passado, negros e pardos recebiam apenas 54,7% do salário médio dos brancos.

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