Repasses teriam ocorrido durante a gestão do ex-governador Sérgio Cabral e eram apelidados 'dinheiro para movimento social'
O marqueteiro Renato Pereira, responsável pela campanha do ex-governador do Rio Sérgio Cabral, acusou o ministro do Esporte, Leonardo Picciani, de cobrar propina e direcionar licitações do governo federal para uma empresa de publicidade. As informações são do Jornal Nacional de quinta-feira (16).
O delator disse ter feito repasses a um grupo selecionado pelo ex-governador. A propina era era apelidada de “dinheiro para o movimento social”.
À época deputado federal, Leonardo se reuniu com o delator e disse que haveria uma licitação para o Ministério da Saúde. Em seguida, perguntou se a Prole, empresa de comunicação de Renato Pereira, gostaria de participar da seleção.
Leonardo Picciani teria pedido propina para que a Prole fosse escolhida na licitação. A empresa pagaria 3% do valor bruto do contrato ao então parlamentar. A licitação em questão acabou suspensa após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, quando o partido perdeu influência na Saúde do Rio.
Em um segundo encontro, já como ministro do Esporte, Picciani teria oferecido a conta de publicidade de pasta. A empresa de Pereira chegou a ganhar a licitação, mas o marqueteiro teria desistido da empreitada por avaliar que a montagem de escritório em Brasília seria muito cara apenas para atender o ministério.
Procurado, o Ministério do Esporte declarou que é falsa a afirmação de Renato Pereira de que esteve reunido com o ministro Leonardo Picciani para falar sobre contas de publicidade da pasta, e que o controle de entrada e de saída do prédio mostra que o delator nunca foi ao local.
Em relação à reunião anterior, para tratar de contratos na área da saúde, a assessoria afirma se tratar de outra mentira.