Procuradoria-Geral da República (PGR) ofertou denúncia contra o ministro Admar Gonzaga na terça (14) pelo crime de lesão corporal
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, denunciou o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Admar Gonzaga por lesão corporal contra a mulher, Élida Souza Matos. A acusação foi protocolada na noite de terça-feira (14/11) e ainda não se encontra disponível para consulta no site do Supremo Tribunal Federal (STF). Embora não haja sigilo, os detalhes da peça ainda não foram divulgados. O caso de violência doméstica foi revelado pelo Metrópoles em junho deste ano.
A denúncia de violência doméstica contra o ministro foi registrada por Élida na 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul), Distrito Federal, em 23 de junho. No boletim de ocorrência, ela contou aos policiais que o magistrado a teria agredido, causando-lhe um ferimento no olho, durante uma discussão na casa do casal, no Setor de Mansões Dom Bosco, no Lago Sul. A esposa disse que foi xingada por Admar, com quem convive há mais de 10 anos. Segundo ela, o marido chegou a dizer que “você não serve nem pra pano de chão”. A mulher acusou o magistrado de ter jogado enxaguante bucal nela.
No mesmo dia em que registrou a ocorrência, contudo, Élida resolveu fazer uma retratação. Mesmo com a renúncia, o caso seguiu o trâmite no Supremo Tribunal Federal (STF), instância que julga detentores de foro privilegiado, como o ministro do TSE.
Em junho, o Supremo enviou à PGR um pedido de abertura de inquérito contra Admar. O despacho foi assinado pelo ministro Celso de Mello. Para o magistrado, embora a mulher tenha retirado a queixa, caberá à Procuradora-Geral decidir o que será feito. Segundo ele, o crime de lesão corporal é “perseguível mediante ação penal incondicionada”.
Em outubro, Admar Gonzaga enviou uma defesa por escrito ao STF na qual negava ter batido em Élida. Disse que agiu na tentativa de se proteger da esposa, que o teria arranhado, causando-lhe “marcas permanentes”. Para comprovar a sua tese, anexou fotos dos machucados.