Ex-presidente da Câmara presta depoimento hoje a juiz Vallisney de Oliveira
Em depoimento ao juiz Vallisney de Souza Oliveira, em Brasília, o ex-deputado Eduardo Cunha afirmou nesta segunda-feira (6) que o corretor Lúcio Bolonha Funaro mentiu em sua delação ao dizer que esteve três vezes com o presidente Michel Temer.
"Esses três [encontros] que ele cita, ele nunca esteve. Na minha frente, ele nunca cumprimentou o Michel Temer", disse Cunha.
No acordo, Funaro citou um encontro na base aérea de São Paulo, outro durante comício em Uberaba (MG), nas eleições municipais de 2012, e um terceiro numa reunião de apoio à candidatura de Gabriel Chalita à Prefeitura de São Paulo, também em 2012. Na época, Temer era vice-presidente.
Cunha diz ter apresentado Funaro a lideranças do PMDB
Em outro momento do depoimento, Cunha afirmou ter apresentado os peemedebistas Geddel Vieira Lima e Henrique Eduardo Alves ao corretor Lúcio Bolonha Funaro. Embora tenha confirmado ter viabilizado os encontros, Cunha disse não ter conhecimento sobre ilegalidades praticadas por eles após a apresentação.
No caso de Geddel, preso na Papuda, Cunha disse ter feito um pedido para Funaro emprestar sua aeronave para que o pai do ex-ministro fosse levado para São Paulo com urgência para tratamento médico. Cunha não citou a data exata. "Depois passaram a ter convivência próxima", disse Cunha.
Sobre Henrique Alves, o ex-deputado contou tê-lo apresentado ao corretor durante um almoço, em 2012, na casa do empresário Joesley Batista. A finalidade do encontro, disse Cunha, era apresentar o peemedebista a Batista com objetivo de captar recursos para a campanha municipal em Natal (RN). Como Funaro estava presente, Cunha diz ter intermediado a apresentação.
Interrogatório
O depoimento de Cunha é mais uma etapa da fase de interrogatórios dos réus na ação penal derivada da Operação Sépsis, que investiga o pagamento de propina por grandes empresas para liberação de aportes do Fundo de investimento do FGTS.
Já foram ouvidos o ex-vice-presidente de Fundos e Loteria da Caixa, Fábio Cleto, o empresário Alexandre Margotto e o corretor Lúcio Bolonha Funaro.
Após o ex-deputado, será a vez de o ex-presidente da Câmara dos Deputados Henrique Eduardo Alves ser interrogado pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, que cuida das investigações da Lava Jato na primeira instância de Brasília.