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TA NA TELA: Câmara gasta R$ 1 mi em diárias, sem contar passagens, em viagens para deputados

Isso sem contar com as passagens aéreas. Levantamento da CBN mostra que os destinos e os motivos são vários. De seminário sobre tecnologia a encontros com executivos. Cientista político diz que há eventos que trazem resultado para o Brasil. Outros, nem tanto.




Visita a feira de pescados de Bruxelas, na Bélgica. Reuniões em Washington nos Estados Unidos, com executivos que investem em saúde no Brasil. Seminário sobre economia e tecnologia, em Moscou, na Rússia. São vários motivos que levaram à Câmara Federal a gastar mais de R$ 1 milhão este ano em diárias com viagens internacionais de deputados. Esse valor contabiliza o que o parlamentar recebeu para bancar hotel, refeição e deslocamento interno no país, sem levar em conta a passagem área.


O levantamento foi feito pela CBN com base em mais de 200 registros de eventos no exterior no site da Câmara, onde aparecem o destino, os dias de viagem, o valor das diárias e um relatório que o deputado deve apresentar sobre o que acompanhou fora do país. Como eles têm um tempo para isso, algumas declarações ainda estão pendentes.


Há roteiros que levam uma comitiva maior, como em julho, quando onze deputados embarcaram para Nova Iorque, onde tiveram um encontro das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável. Eles receberam em média R$ 7,3 mil para cada um jornada de 4 dias e meio.


Pouco antes, em junho, dez parlamentares foram para Beirute, participar do quarto encontro sobre a potencial da diápora libanesa. Em média, receberam R$ 6,6 mil cada um por quatro dias na cidade.

Em outubro, um grupo de nove deputados foi para Dubai, nos Emirados Árabes, com escala também em Cingapura, para discussões sobre como melhorar a administração pública por meio de novas tecnologias de transmissção de dados.


O cientista político Melino Diniz, do Centro de Direito e Administração Pública, diz que há viagens que se justificam, como importante troca de experiência. Outras nem tanto, ainda mais em tempos de rombos nas contas. O cientista diz que uma das dificuldades do eleitor em campanha esses gastos é que quase não há divulgação pelo Legislativo:


'É provável que haja algumas viagens que são importantes para a cidadania, para o parlamento. Muitas delas não têm muita relação com o desafio de ser parlamentar. Como quem controla essas viagens são os próprios parlamentares, você não tem a capacidade de entender o motivo e as despesas feitas. Isso tem muito a ver também com o espírito que existe no Parlamento, que pensa que qualquer tipo de viagem é importante por qualquer motivo'.


No domingo, retornam ao país dez deputados que cumpriram roteiro de nove dias em Israel, Itália e Portugal, numa comitiva com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Nesses casos, quando o presidente está presente, a diária é de US$ 550; sem ele, US$ 390 para países da américa latina e US$ 430 para os demais.

Poucas viagens tiveram como destino a África. Nos registros desse ano no site da Câmara, aparecem duas: um deputado que acompanhou as eleições gerais em Luanda, na Angola. E depois esteve na cerimônia de posse do presidente eleito.

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