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PLANTÃO: Denúncia envolve filho de Moreira Franco e R$ 200 milhões de propina

Votação de denúncia contra ministros de Temer acontece nesta quarta (25)



A Câmara dos Deputados vota nesta quarta-feira (25) a denúncia contra Michel Temer (PMDB) e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral).


Em setembro deste ano, o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, acusou Temer e seus ministros por formação de quadrilha. O presidente também é suspeito de obstruir a Justiça.


Durante as investigações da Lava Jato, os empresários do Grupo Odebrecht entregaram para a PF (Polícia Federal) quatro discos rígidos contendo 1.781.624 arquivos, somando um total de 2,67 terabytes de dados.

A SPEA/PGR (Secretaria de Pesquisa e Análise da Procuradoria-Geral da República) analisou os documentos recebidos em 28 de março de 2017, por meio do Termo de Transferência de Informações Confidenciais, e fez um relatório com os dados contidos nos discos rígidos.


Os arquivos presentes nos quatro discos rígidos compunham o Sistema Drousys, uma ferramenta de comunicação utilizada pelo Setor de Operações Estruturadas do Grupo Odebrecht. Dados como trocas de e-mails, planilhas e comprovantes de pagamentos ficavam armazenados no sistema.


De acordo com relatório do MPF (Ministério Público Federal), os integrantes do PMDB arrecadaram propinas, estimadas em R$ 587 milhões. O Palácio do Planalto, por sua vez, nega todas as acusações.


Ainda segundo o relatório, os documentos obtidos no Drousys mostram que a empreiteira pagou a quantia de R$ 200 milhões em favor do codinome “Fodão”, vinculado a Eliseu Padilha. O relatório do MPF afirma que o pagamento para Padilha estava programado para 27 de julho de 2010, mas foi “efetivamente pago” em 03 de agosto de 2010, na cidade de Porto Alegre.


Com o codinome “Bicuira”, Padilha recebeu também a quantia de R$ 1.490.909,00, por meio de sete pagamentos ao longo de 2010.


Em outro documento obtido pelo sistema Drousys, o MPF diz que Padilha recebeu uma quantia de R$ 4 milhões em março de 2014, divididas em três transferências: 18/03 (R$ 1.062.000,00), 18/03 (R$ 1.438.000,00) e 25/03 (R$ 1,5 milhão). Desta vez, o codinome usado para identificar o ministro foi “Primo”.

Na mesma planilha, foram encontradas transferências no valor de R$ 7 milhões em favor de Moreira Franco, com o codinome Angorá. Os sete depósitos foram realizados entre os meses de agosto e setembro de 2014: 13/08 (R$ 1,5 milhão), 26/08 (R$ 1 milhão), 27/08, (R$ 1 milhão), 02/09 (R$ 1 milhão), 04/09 (R$ 1 milhão), 10/09 (R$ 1 milhão) e 30/09 (R$ 500 mil).


Em 2008, o sistema aponta para mais transferência para o codinome Primo (Padilha). Entre os meses de janeiro e setembro, foi contabilizado o pagamento total de R$ 612.661,00.


Quem também foi favorecido pela empreiteira, segundo o relatório do MPF, foi o filho de Moreira Franco, Pedro do Amaral P. Moreira Franco. Pedro foi empregado pela Odebrecht entre os anos de 2005 e 2015. Ele deixou a empresa no ano em que Marcelo Odebrecht foi preso pela operação Lava Jato.


Nos primeiros meses de trabalho, em 2005, o salário de Pedro era de aproximadamente R$ 2,3 mil. No último ano, em 2015, passou dos R$ 27,7 mil mensais. Em janeiro de 2016, Pedro se tornou sócio da PetroRio O&G Exploração e Produção de Petróleo LTDA.


Segundo o relatório do MPF, os documentos encontrados no sistema Drousys corroboram com as delações dos executivos do Grupo Odebrecht.


Todos os citados nesta reportagem negam as acusações do MPF.

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