Enquanto Planalto estima placar mais largo, oposição usa estratégia para adiar votação. São necessários 342 votos para que processo siga
Após 40 dias de negociações fechadas, acordos firmados e estratégias traçadas, a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB) enviada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Congresso deverá ser votada nesta quarta-feira (25/10) pelo plenário da Câmara dos Deputados. Para que a investigação seja remetida ao Supremo Tribunal Federal (STF), são necessários os votos de pelo menos 342 dos 513 deputados.
Apesar de anunciarem levantamentos divergentes, base e oposição concordam que o Palácio do Planalto possui os votos para, a exemplo da primeira acusação remetida pela PGR, rejeitar a investigação. Na ocasião, o plenário da Casa aprovou por 263 a 227 parecer que determinava o arquivamento do processo.
Para a segunda denúncia, contudo, o placar deve mudar. Após negociações com líderes partidários, liberação de emendas e aprovação de medidas controversas, como a chamada “portaria do trabalho escravo”, que flexibiliza as regras de fiscalização, a expectativa do Planalto é de um total de 250 a 270 votos favoráveis. Uma vitória larga, afirmam aliados, deve dar o tom para a governabilidade de Temer nos próximos meses.